Diferentes hormônios regulam a função dos órgãos reprodutores, garantindo, assim, que a gravidez seja um processo bem-sucedido. Entre eles estão o FSH, LH e os sexuais, estrogênio, progesterona e testosterona, responsáveis também pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias de mulheres e homens na puberdade.
Esses hormônios, por sua vez são coordenados por um sistema denominado eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG). O hipotálamo é uma região do sistema nervoso central, responsável por produzir hormônios que estimulam a ação da hipófise (ou pituitária), glândula localizada na base do cérebro, enquanto as gônadas, ovários e testículos, respondem pelo desenvolvimento e produção dos gametas, as células sexuais, óvulos e espermatozoides.
Esse texto aborda o FSH, destacando seu papel no processo reprodutivo e as consequências de alterações em seus níveis para a fertilidade. Acompanhe a leitura até o final e confira!
FSH é a sigla para hormônio folículo-estimulante. Como o LH (hormônio luteinizante), é uma das gonadotrofinas, hormônios produzidos e liberados pela hipófise: o hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), estimulando a hipófise a produzir as gonadotrofinas, que ao viajarem pela corrente sanguínea encontram receptores nos ovários e testículos.
Nas mulheres, o FSH estimula o crescimento dos folículos ovarianos, que contêm os óvulos imaturos, e o aumento da produção de estrogênio, enquanto nos homens atua na produção de espermatozoides, processo conhecido como espermatogênese.
Entenda como o FSH atua nos sistemas reprodutores de homens e mulheres:
Na puberdade, tem início o ciclo menstrual feminino, processo em que diferentes alterações fisiológicas preparam o corpo para uma possível gravidez. Começa no primeiro dia da menstruação e se encerra no anterior à próxima, ocorrendo de forma contínua até a menopausa.
O ciclo menstrual pode ser divido em três etapas, e o FSH tem importante atuação na primeira delas, denominada folicular; promove o recrutamento e crescimento de vários folículos ovarianos, para que um deles se torne dominante, desenvolva e amadureça o suficiente liberando o óvulo, também maduro, na ovulação.
O amadurecimento final e rompimento do folículo dominante é induzido pelo LH, que também estimula as células foliculares a produzirem testosterona, convertida pelo FSH em estrogênio, hormônio que inicia o preparo do endométrio, camada que reveste o útero internamente na qual o embrião se implanta, evento que marca o início da gravidez.
Desde a puberdade, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, estruturas enoveladas localizadas nos lóbulos testiculares. Quando as gonadotrofinas atingem os testículos, o LH atua nas células de Leydig, localizadas entre os túbulos, estimulando a produção de testosterona, hormônio essencial para espermatogênese.
O FSH, por sua vez, atua nas células de Sertoli, que revestem internamente os túbulos, região em que ficam localizadas células percussoras dos gametas masculinos, denominadas espermatogônias. Na pré-puberdade o FSH estimula a diferenciação das espermatogônias e na fase adulta a manutenção da espermatogênese.
O equilíbrio dos níveis de FSH, portanto, é fundamental para a fertilidade de mulheres e homens, alterações podem comprometer etapas essenciais do processo reprodutivo, impedindo a gravidez.
Nas mulheres, níveis elevados de FSH, por exemplo, são um indicativo de que ovários não estão respondendo adequadamente ao estímulo hormonal, para compensar a hipófise aumenta a secreção desse hormônio. Sinalizam para uma condição conhecida como falência ovariana prematura (FOP) ou menopausa precoce, em que os ovários entram em falência antes dos 40 anos de idade.
Níveis baixos, por outro lado, comprometem o recrutamento e crescimento dos folículos, assim, a mulher não ovula e não há fecundação.
Já nos homens, níveis baixos de FSH resultam em baixa produção dos espermatozoides, condição conhecida como oligozoospermia ou na ausência deles no sêmen, azoospermia, causas comuns de infertilidade masculina.
Mulheres com distúrbios de ovulação e homens com baixa concentração ou ausência de espermatozoides no sêmen podem contar com a reprodução assistida para engravidar. A técnica mais indicada nesses casos é a fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que a fecundação é realizada em laboratório.
A primeira etapa do tratamento é a estimulação ovariana, procedimento em que são utilizados medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos naturais, para estimular o desenvolvimento de mais folículos, coletados quando maduros para posterior extração e seleção dos melhores óvulos.
Os melhores gametas masculinos também são selecionados por técnicas de preparo seminal e, se não estiverem presentes no sêmen (azoospermia), podem ser coletados diretamente dos testículos ou dos epidídimos, ductos em que são armazenados após a produção.
Durante a fecundação, cada espermatozoide é injetado no citoplasma dos óvulos, aumentando ainda as chances de sucesso quando há baixa produção.
Os embriões formados na fecundação são posteriormente cultivados por alguns dias e depois transferidos diretamente ao útero materno. A gravidez pode ser confirmada cerca de duas semanas após a transferência. Os percentuais de sucesso registrados pela técnica são os mais altos da reprodução assistida, porém, caso ocorram falhas, o tratamento pode ser novamente repetido.
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