Classificada como doença pela organização mundial da saúde (OMS), a infertilidade afeta milhares de pessoas no mundo todo. A dificuldade reprodutiva do casal pode ser provocada igualmente por fatores masculinos ou femininos e pela associação de ambos.
Por isso, para identificar a causa que motivou o problema e planejar o tratamento mais adequado em cada caso, ambos são investigados quando há tentativas malsucedidas em conceber. Em alguns casos, se os exames inicialmente realizados falharem em identificar a causa, o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Todas as situações, entretanto, têm tratamento na maioria dos casos, possibilitando a gravidez mesmo quando há fatores de maior de gravidade.
Neste texto, abordamos detalhadamente a infertilidade masculina, destacando as condições que podem interferir no funcionamento adequado do sistema reprodutor dos homens e os principais tratamentos. Uma leitura importante para os casais que desejam engravidar. Confira!
A infertilidade é definida quando o casal não consegue engravidar após um ano de tentativas sem o uso de qualquer método contraceptivo. Como a infertilidade da mulher naturalmente diminui com o envelhecimento, se a idade for superior a 35 anos, em que há uma queda acentuada da reserva ovariana, é recomendável que se iniciem as investigações em um intervalo menor, de 6 meses.
Os problemas de infertilidade masculina surgem como consequência do funcionamento inadequado do sistema reprodutor. Ao contrário das mulheres, por exemplo, que já nascem com a reserva ovariana definida, quantidade de folículos presentes nos ovários, os homens produzem espermatozoides durante toda a vida desde a puberdade.
O processo de produção é chamado de espermatogênese e acontece nos túbulos seminíferos, estruturas enoveladas localizadas em cada testículo, as gônadas sexuais masculinas, estimulado pelos hormônios androgênios, especialmente a testosterona.
Depois de produzidos os espermatozoides são armazenados nos epidídimos, ductos em que amadurecem e desenvolvem a cauda, espécie de flagelo que lhes confere motilidade possibilitando o movimento no organismo feminino para encontrar o óvulo e fecundá-lo.
Quando ocorre o estímulo sexual são liberados para os ductos deferentes, ejaculatórios e uretra para serem expelidos na ejaculação. Nesse trajeto, são incorporados aos líquidos que formam o sêmen produzidos pelas glândulas anexas, vesículas seminais, glândula bulbouretrais e próstata.
O sêmen, substância geralmente de cor branca amarelada, tem como principal função facilitar o transporte dos espermatozoides e protegê-los até que encontrem o óvulo. Embora milhões sejam liberados a cada ejaculação, os menos aptos são naturalmente eliminados pelo organismo feminino, assim, apenas um vence a corrida e o penetra para originar uma nova vida.
Diferentes doenças e condições podem interferir nesse mecanismo provocando alterações em uma ou mais etapas, resultando em infertilidade masculina.
Os homens podem ter dificuldades para engravidar a parceira nos casos em que ocorrem interferências na espermatogênese e na qualidade dos gametas masculinos, ou se obstruções comprometerem o transporte para serem ejaculados.
Como resultado pode haver baixa concentração ou ausência dos espermatozoides no sêmen, alterações na qualidade, quando a morfologia e motilidade são afetadas ou ocorrem distúrbios genéticos.
As principais doenças e condições que podem resultar em infertilidade masculina são:
Quando o diagnóstico é realizado precocemente, entretanto, as chances de a fertilidade não ser comprometida ou mesmo de os tratamentos serem bem-sucedidos são bem mais altas.
Apesar de alterações na qualidade dos gametas e condições como a azoospermia serem geralmente assintomáticas e, por isso, demoram a ser descobertas, observar possíveis sintomas apresentados por doenças e condições que as provocam é uma das formas de evitar maiores danos.
Entre os exemplos estão as anormalidades testiculares, como assimetria, dor ou inchaço e a presença de nódulos. Secreção peniana, dor ao ejacular e durante as relações sexuais, dificuldades na ejaculação e diminuição da libido também podem ocorrer.
Se houver a manifestação de um ou mais sintomas, isoladamente ou em associação, é importante consultar um urologista. O planejamento terapêutico é feito de acordo com os resultados diagnósticos e as necessidades de cada paciente. Os tratamentos da infertilidade masculina podem ser por medicamentos, cirurgia ou reprodução assistida.
Antibióticos, por exemplo, são prescritos quando o problema é resultado de processos inflamatórios causados por bactérias sexualmente transmissíveis, enquanto a cirurgia pode proporcionar a correção da varicocele e a remoção de possíveis aderências.
Em alguns casos é possível engravidar após essas duas abordagens, porém, se não houver sucesso ou se a infertilidade provocou maiores danos, é indicado o tratamento por reprodução assistida.
A inseminação artificial (IA), técnica de menor complexidade em que os espermatozoides são previamente selecionados e inseridos posteriormente no útero materno, é a primeira indicação quando a infertilidade é provocada por fatores mais leves, como pequenas anormalidades na morfologia ou motilidade dos espermatozoides.
Já nos casos em que os danos são maiores, incluindo azoospermia, anormalidades estruturais mais graves e distúrbios genéticos, é indicado o tratamento por fertilização in vitro, técnica mais complexa, com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
Nos casos em que os espermatozoides não estão presentes no sêmen, eles geralmente podem ser obtidos por recuperação espermática, coletados diretamente dos epidídimos ou testículos. Outra opção quando isso não é possível é a escolha de sêmen de doador em bancos especializados.
Na FIV com ICSI, além de os espermatozoides também serem previamente selecionados, cada um é novamente avaliado individualmente, em movimento, por um microscópio de alta magnificação e inserido diretamente no citoplasma do óvulo. Os embriões formados são transferidos ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento.
As duas técnicas aumentam as chances de gravidez, com percentuais que variam de acordo com a complexidade do tratamento.
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