Sabe-se hoje, que a fertilidade dos homens é igualmente fundamental para a gravidez ser bem-sucedida, ou seja, todos os órgãos reprodutores devem cumprir adequadamente sua função, mediada por diferentes hormônios.
As funções reprodutivas masculinas são coordenadas pelo eixo hipotálamo-hipófise-testículo, responsável por produzir, secretar e regular a ação dos hormônios envolvidos nesse processo, entre eles a testosterona, principal hormônio sexual masculino.
Qualquer alteração no funcionamento adequado dos órgãos reprodutores e nos níveis hormonais, portanto, pode resultar em infertilidade masculina, um problema muitas vezes descoberto apenas quando há dificuldades para engravidar a parceira.
Continue a leitura até o final para conhecer em detalhes a atuação da testosterona e sua relação com a fertilidade masculina. Confira!
A testosterona é um hormônio andrógeno, o que significa que promove o desenvolvimento das características masculinas.
Ainda durante a vida intrauterina inicia a formação dos órgãos reprodutores internos e externos e, na puberdade, estimula o amadurecimento desses órgãos, o crescimento de pelos corporais e pubianos, o engrossamento da voz, o aumento do pênis, dos testículos e da próstata, além do início da expressão de desejos e comportamentos sexuais.
É responsável ainda por regular a massa muscular, a distribuição de gordura e a produção de glóbulos vermelhos, durante e após a puberdade, e, de espermatozoides, processo conhecido como espermatogênese.
A testosterona é produzida principalmente nos testículos, as glândulas sexuais masculinas, e em quantidades menores pelas glândulas suprarrenais. Embora seja o hormônio mais importante dos homens, os ovários também a produzem em pequenas quantidades. Nesse caso, é convertida no principal hormônio sexual feminino, o estrogênio.
O sistema reprodutor masculino é composto por órgãos externos e internos, cuja função é produzir os espermatozoides, os gametas ou células sexuais masculinas, garantir o seu transporte e introdução no corpo da mulher, além da produção de testosterona.
Os externos são o pênis e a bolsa testicular, enquanto os testículos, epidídimos, ductos deferentes, ejaculatórios, as glândulas anexas (vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais) e uretra compõem os internos.
Entenda, abaixo, o funcionamento desse sistema:
Os homens produzem espermatozoides durante toda a vida após a puberdade. O processo, chamado espermatogênese, acontece nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos, e é coordenado pelo eixo hipotálamo-hipófise-testículo (HTT).
O hipotálamo libera de forma pulsátil o GnRH, hormônio liberador de gonadotrofinas, que por sua vez estimula a hipófise a secretar as gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que viajam pela corrente sanguínea até os testículos.
O LH atua nas células de Leydig, localizadas entre os túbulos, estimulando a produção de testosterona, e o FSH nas células de Sertoli, que revestem o interior, para auxiliar na espermatogênese.
No interior dos túbulos seminíferos ficam localizadas as células percussoras dos espermatozoides, que se dividem durante a espermatogênese até que os gametas masculinos estejam completamente formados.
Depois de formados, os espermatozoides são armazenados nos epidídimos, ductos em que ocorre o amadurecimento final e a formação da cauda, parte que lhes permite o movimento no organismo feminino. O espermatozoide formado possui cabeça, peça intermediária e cauda. Na cabeça fica localizado o núcleo com as informações genéticas.
Durante o estímulo sexual são transportados aos ductos deferentes e ejaculatórios. No trajeto, recebem os líquidos produzidos pelas glândulas anexas formando o sêmen, lançado na uretra para ser ejaculado pelo pênis. Ainda que milhares de espermatozoides sejam ejaculados, apenas um alcança o óvulo e o penetra gerando a primeira célula do embrião, estágio inicial do futuro ser humano.
A testosterona atua na divisão celular e no amadurecimento dos espermatozoides. Portanto, é fundamental para a fertilidade dos homens. Alterações nos níveis desse hormônio podem, por exemplo, provocar a baixa concentração (oligozoospermia) dos gametas no sêmen, ou a ausência deles (azoospermia), uma das principais causas de infertilidade masculina.
Além disso, pode resultar em um percentual alto de espermatozoides com problemas de motilidade, impedindo ou dificultando o encontro com o óvulo.
O tratamento padrão para os fatores de infertilidade masculina, incluindo a consequente do desequilíbrio de testosterona, é a fertilização in vitro (FIV) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
Na FIV com ICSI a fecundação é realizada em laboratório. Os melhores espermatozoides são previamente selecionados por técnicas de preparo seminal e, posteriormente, cada um é novamente avaliado em movimento por um microscópio de alta magnificação. Após ter a saúde confirmada é injetado no citoplasma do óvulo.
Dessa forma, mesmo quando há baixa concentração de espermatozoides no sêmen as chances de o processo ser bem-sucedido são altas. Nessa técnica, também é possível recuperá-los dos epidídimos ou dos testículos quando eles não estão presentes no sêmen com a utilização de diferentes métodos.
Os embriões formados na fecundação são, então, cultivados por alguns dias em laboratório e depois transferidos diretamente ao útero materno em duas fases de desenvolvimento, D3, entre o segundo e terceiro dia, ou no blastocisto, entre o quinto e sexto. O processo é acompanhado diariamente por um embriologista, permitindo a definição da mais adequada em cada caso.
A FIV registra percentuais bem expressivos de gravidez por ciclo de tratamento, sendo responsável pelo nascimento de milhares de crianças, anualmente, no mundo todo.
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