Mês: janeiro 2024
Clamídia: veja como é feito o diagnóstico
Por Prof. Dr. Gustavo André
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), podem ser causadas por vários agentes, como vírus, bactérias ou protozoários, e resultam em diferentes complicações para a saúde.
A clamídia, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, é a mais prevalente, registrando altos índices de contaminação no mundo todo, principalmente nas populações mais jovens, entre 15 e 24 anos, independentemente da opção sexual, embora possa afetar qualquer pessoa sexualmente ativa.
Assim como os outros agentes infecciosos, a bactéria Chlamydia trachomatis é transmitida pelo sexo desprotegido com pessoas contaminadas, ou seja, sem o uso de preservativos de barreira, as camisinhas masculinas ou femininas.
No entanto, a transmissão pode ocorrer por qualquer tipo de contato com as secreções contaminadas, uma característica desse tipo de infecção, ainda que que não exista penetração, ou das mães aos seus filhos durante o parto e amamentação.
A disseminação da clamídia é fortemente associada à sua assintomatologia e, quando há presença de sintomas, alguns são inespecíficos, como a dor abdominal, e podem ser confundidos com outras condições, bem como se apresentam em intensidades diferentes em mulheres e homens, ou mesmo entre pessoas do mesmo sexo.
Assim, a clamídia tende ser descoberta quando a infecção já causou maiores danos, inclusive para a saúde reprodutiva, sendo apontada atualmente com um dos principais fatores de risco para infertilidade feminina e masculina.
O diagnóstico precoce é fundamental para a evitar as possíveis interferências na capacidade de engravidar, pois apesar de o tratamento ser bastante simples e proporcionar a cura, não repara os danos provocados pela infecção.
Acompanhe o texto até o final e veja como é feito o diagnóstico da clamídia, as interferências na saúde reprodutiva e as opções para engravidar quando resulta em infertilidade. Confira!
Diagnóstico da clamídia
Quando as pessoas infectadas pela bactéria Chlamydia trachomatis apresentam sintomas, eles são um importante alerta e contribuem para diagnosticar precocemente essa IST. Geralmente, têm início cerca duas semanas após a contaminação e o mais frequente, nos dois sexos, é a vontade urgente de urinar, que acontece por mais vezes do que o habitual e pode ser acompanhada da sensação de queimação e dor.
As mulheres com clamídia podem apresentar ainda:
- sangramento entre os períodos menstruais;
- corrimento amarelado e com odor forte;
- dor abdominal;
- dor durante ou logo após as relações sexuais (dispareunia);
- inchaço na vagina e ao redor do ânus;
- febre baixa.
Nos homens, por outro lado, os testículos podem inchar, ficar doloridos e sensíveis, ao mesmo tempo que pode haver irritação no ânus e sangramento retal.
- secreção peniana aquosa e leitosa;
- dor inchaço e sensibilidade nos testículos;
- irritação no ânus;
- sangramento retal.
Além dos sintomas, cujo acolhimento é feito na consulta inicial, com a percepção de alguns durante o exame físico, o diagnóstico é estabelecido após a realização de exames laboratoriais, que confirmam a presença da bactéria Chlamydia trachomatis, como os de sangue ou urina e a análise das secreções.
A característica assintomática da clamídia, entretanto, torna a infertilidade um dos sintomas mais evidentes e é exatamente a dificuldade de engravidar que normalmente leva à procura por auxílio médico. Assim, é comum que os exames inicialmente realizados para avaliar a fertilidade feminina e masculina também sejam solicitados.
A avaliação da reserva ovariana, é o exame solicitado às mulheres, pois permite indicar a quantidade de folículos presentes no momento, estruturas que contêm os óvulos imaturos, dos menores aos que possuem capacidade para posteriormente ovular, ou seja, liberar seu óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide.
Os homens, nesse caso, devem realizar o espermograma, que permite a análise da qualidade do sêmen e dos espermatozoides abrigados nas amostras, apontando critérios como concentração, morfologia (forma) e motilidade (movimento).
Mesmo quando há quadro de infertilidade, quanto mais precocemente o diagnóstico for feito, maiores são as chances de sucesso do tratamento e menores as de possíveis complicações resultantes da permanência da bactéria.
Quais complicações a clamídia pode causar?
A principal consequência da clamídia é a DIP, doença inflamatória pélvica, caracterizada pela inflamação dos órgãos reprodutores.
Nas mulheres, por exemplo, as bactérias podem ascender da vagina ao útero e se espalhar para os outros órgãos.
No útero, podem causar endometrite, inflamação do endométrio, camada de revestimento na qual o embrião se implanta, evento que marca o início da gestação. Durante os ciclos menstruais o endométrio é preparado para recebê-lo e o processo inflamatório pode interferir nesse preparo, resultando em falhas na implantação e abortamento.
Aderências resultantes do processo inflamatório no útero, denominas sinequias uterinas, em maior quantidade podem causar ainda distorções na anatomia do órgão, dificultando ou impedindo a sustentação da gravidez, o que também resulta em perda.
Já nas tubas uterinas, órgãos que abrigam a fecundação, a inflamação, chamada salpingite, leva ao acúmulo de líquidos ou à formação de aderências que podem provocar obstruções, impedindo a captação dos óvulos e o transporte dos espermatozoides, dessa forma o encontro entre eles não acontece.
Nos ovários, ooforite, interfere no desenvolvimento, amadurecimento e rompimento dos folículos ovarianos para liberação do óvulo, provocando distúrbios de ovulação, como oligovulação, ovulação irregular e anovulação, ausência de ovulação, bem como interfere na qualidade dos óvulos.
Nos homens, por outro lado, a clamídia pode resultar na inflamação dos testículos, orquite, órgãos em que a produção dos espermatozoides acontece, interferindo nesse processo e levando a condições como a baixa concentração no sêmen, oligozoospermia ou ausência (azoospermia), causa comum de infertilidade masculina, além de também interferir na qualidade dos gametas.
Ou, atingir os epidídimos, epididimite, ductos em que amadurece após serem produzidos, provoca obstruções a partir da formação de aderências, que levam igualmente à redução ou ausência dos espermatozoides no sêmen.
Ainda que a clamídia possa causar diferentes complicações para a saúde reprodutiva de homens e mulheres, com o tratamento adequado é possível engravidar na maioria dos casos.
Tratamento da clamídia
A primeira abordagem de tratamento para a clamídia é a administração de antibióticos que provem a cura da infecção. Para evitar a reinfecção e a disseminação da bactéria a parceria sexual também deve ser investigada e tratada.
Nos casos em que a clamídia provoca a DIP, as aderências que resultam em bloqueios tubários ou nos epidídimos devem ser removidos por cirurgia, abordagem indicada ainda para correção de possíveis distorções anatômicas.
Após o tratamento, geralmente é possível engravidar naturalmente. Se isso não acontecer, a reprodução assistida pode auxiliar.
A fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) é a técnica indicada nesses casos. Prevê a fecundação em laboratório, dispensando a função das tubas uterinas, precedida da coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides, contornando, assim, problemas de qualidade.
Além disso, nessa técnica cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando as chances de sucesso quando há baixa em baixa concentração no sêmen. Homens com azoospermia, por outro lado, podem ter seus gametas coletados diretamente dos epidídimos ou dos testículos, posteriormente selecionados e utilizados na fecundação.
Após se desenvolverem por até seis dias em laboratório, os embriões formados são transferidos diretamente ao útero materno, com o endométrio devidamente preparado por medicamentos hormonais, se houver histórico de falhas e abortamento.
A FIV, portanto, aumenta bastante as chances de sucesso gestacional quando a infecção por clamídia provoca danos graves à fertilidade.
Compartilhe o texto nas redes sociais e informe aos seus amigos como a clamídia é diagnosticada e a importância de isso ser feito precocemente!
SOP: veja detalhes do tratamento e infertilidade
Por Prof. Dr. Gustavo André
Diferentes doenças podem afetar os órgãos reprodutores femininos durante a idade reprodutiva. A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das mais frequentemente registradas nessa fase e uma causa comum de infertilidade feminina.
Isso porque, a SOP é um distúrbio endócrino, ou seja, tem como característica alterações nos níveis hormonais; a testosterona, principal hormônio masculino produzido em pequenas quantidades pelos ovários, está presente em concentrações mais altas na doença, condição denominada hiperandrogenismo, que interfere na saúde feminina de diferentes formas.
Além do risco de infertilidade, causa sintomas que comprometem a imagem corporal e a qualidade de vida, levando muitas vezes ao afastamento social e ao desenvolvimento de transtornos emocionais, como ansiedade de depressão.
No entanto, apesar de seus efeitos negativos, a SOP tem tratamento, possibilitando inclusive a gravidez se houver o desejo, bem como o alívio dos outros sintomas característicos da doença. O diagnóstico precoce contribui para o sucesso, minimizando as chances de possíveis danos à saúde reprodutiva.
Continue a leitura até o final, veja detalhes do tratamento e como essa doença comprometer a capacidade reprodutiva das mulheres. Confira
Como a SOP é diagnosticada?
Um recurso importante para garantir o diagnóstico precoce da SOP é a observação dos sintomas que a doença pode apresentar.
Os ciclos menstruais, processo em que o corpo feminino é preparado para uma possível gravidez, são coordenados por diferentes hormônios, cuja atuação é fundamental para que cada etapa ocorra adequadamente; interferências em uma naturalmente comprometem as outras.
Na fase inicial dos ciclos menstruais, por exemplo, as gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), liberadas pela hipófise, atuam no crescimento, desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, que contém o óvulo imaturo.
Enquanto o FSH estimula o crescimento de vários folículos, o LH induz o folículo dominante, que se destaca entre eles, ao amadurecimento e suas células a produzirem testosterona, convertida em estrogênio pelo FSH.
O estrogênio, promove o espessamento do endométrio, camada interna uterina na qual o embrião se implanta para dar início à gestação, que deve ser adequadamente preparada para recebê-lo se houver fecundação.
A elevação dos níveis de estrogênio, por sua vez, estimula o pico de LH na metade do ciclo menstrual, permitindo que ele induza o folículo dominante ao amadurecimento final e rompimento para liberação do seu óvulo na ovulação.
O desequilíbrio dos níveis de testosterona, portanto, compromete a produção de estrogênio e, assim, o amadurecimento final do folículo e a liberação do óvulo, tornando a ovulação irregular (oligovulação) ou ausente (anovulação).
Esses distúrbios ovulatórios são sinalizados por irregularidades menstruais; a menstruação pode ocorrer com frequência e volumes anormais, em intervalos superiores a 35 dias, o que é chamado oligomenorreia, ou ser ausente (amenorreia).
O excesso de hormônios andrógenos, além da infertilidade, leva ainda ao desenvolvimento de características tipicamente masculinas, como por exemplo:
- crescimento de pelos locais como seios, face ou costas;
- queda de cabelo com padrão masculino (alopecia);
- aumento da massa muscular;
- problemas dermatológicos como acne e seborreia;
- aumento do clitóris em alguns casos.
O diagnóstico da SOP é feito posteriormente a partir da realização de exames laboratoriais e de imagem, que devem comprovar critérios como:
- sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo;
- oligovulação (ovulação irregular) ou anovulação (ausência de ovulação);
- morfologia policística dos ovários, com a presença de 12 ou mais cistos medindo de 2 mm a 9 mm de diâmetro e/ou volume ovariano acima de 10 cm³.
A morfologia policística, apesar de determinar o nome da doença, nem sempre é um critério presente. Acontece quando os folículos que não cresceram, em vez de serem eliminados, acumulam nos ovários formando cistos. Por isso, o diagnóstico é estabelecido quando pelo menos dois dos critérios acima estiverem presentes.
Tratamento e reprodução assistida
O tratamento da SOP pode ser feito com medicamentos ou por técnicas de reprodução assistida, de acordo com o desejo da mulher de engravidar no momento.
Se não houver o desejo são prescritos medicamentos que aliviam os sintomas clínicos, incluindo anticoncepcionais orais e hormônios esteroides de ação antiandrogênica. Anticoncepcionais combinados são empregados com objetivo de suspender a ovulação, minimizando a exposição ao estrogênio e, consequentemente diminuindo os níveis androgênicos.
É comum que mulheres obesas tenham SOP, condição associada à resistência à insulina, um dos fatores desencadeadores da doença. Assim, mudanças no estilo de vida também fazem parte do tratamento, como alimentação adequada e a prática regular de exercícios físicos.
Embora a SOP seja uma doença crônica, ou seja, não tenha cura, essas medidas ajudam a aliviar e controlar os sintomas, permitindo a recuperação da qualidade de vida.
Quando o quadro é de infertilidade, por outro lado, e a mulher deseja engravidar duas técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas:
Relação sexual programada (RSP)
A RSP é particularmente indicada para mulheres com distúrbios ovulatórios mais leves, quando a ovulação acontece de forma irregular (oligovulação). O tratamento é realizado em duas etapas, a primeira delas é a estimulação ovariana, procedimento em que medicamentos hormonais estimulam a função ovariana para que mais folículos se desenvolvam e amadureçam.
O objetivo é obter entre 1 e 4 óvulos maduros disponíveis para a fecundação, que acontece naturalmente nas tubas uterinas, por isso, elas devem estar saudáveis, assim como a mulher dever ter idealmente até 35 anos, idade em que os níveis da reserva ovariana, quantidade de folículos com capacidade para ovular, ainda estejam altos. Os espermatozoides do parceiro também devem estar dentro dos padrões de normalidade.
As mulheres já nascem com um estoque de folículos para serem utilizados durante a idade fértil. Assim, à medida que envelhecem, os folículos diminuem; os que não se desenvolveram nos ciclos menstruais, são naturalmente eliminados.
Periodicamente, são realizados exames de ultrassonografia transvaginal para acompanhar o desenvolvimento dos folículos, indicando o momento em que eles atingem o momento ideal para novos medicados induzirem o amadurecimento final e ovulação, permitindo, assim, programar as relações sexuais para o período de maior fertilidade, em que há mais chances de engravidar.
Embora seja uma técnica simples, a RSP é bastante eficaz quando bem indicada, proporcionando taxas de gestação semelhantes às da gestação espontânea.
Fertilização in vitro (FIV)
A FIV é a técnica mais complexa da reprodução assistida, além de reproduzir etapas da importantes da gravidez em laboratório, como a fecundação e o desenvolvimento inicial do embrião, reúne um conjunto de técnicas e procedimentos que permitem solucionar diferentes problemas reprodutivos, incluindo anovulação, ausência de ovulação, uma das principais características da SOP.
O tratamento também tem início com a estimulação ovariana, porém é realizado em mais etapas. Na estimulação ovariana, quando os medicamentos indutores são administrados, os folículos maduros são coletados por punção folicular, procedimento realizado com a utilização de uma seringa acoplada por uma agulha e guiado por ultrassom. Os óvulos são posteriormente extraídos em laboratório e os melhores selecionados.
Enquanto a mulher é submetida à estimulação ovariana, os espermatozoides são capacitados e selecionados pelo preparo seminal. Assim, apenas os melhores gametas participam da fecundação, realizada por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada um é injetado diretamente no óvulo.
Os embriões formados, iniciam o desenvolvimento em laboratório, sendo transferidos ao útero em dois estágios de desenvolvimento, D3 ou clivagem, entre o segundo e terceiro dia, ou no blastocisto, entre o quinto e sexto dia.
A definição do melhor estágio para a transferência, considera critérios como a saúde dos embriões. Quando eles possuem a saúde mais frágil por exemplo, geralmente é recomendado que se desenvolvam em ambiente uterino. Após serem transferidos, as etapas seguintes acontecem como na gestação espontânea; o embrião se implanta no endométrio e iniciando o processo gestacional.
Aproveite para compartilhar esse texto nas redes sociais para que um número maior de mulheres conheça as opções de tratamento para SOP.
LH: o que é?
Por Prof. Dr. Gustavo André
Hormônios são substâncias químicas produzidas pelas glândulas que compõem o sistema endócrino, tecidos especializados e neurônios, que equilibram funções biológicas do corpo como metabolismo e crescimento, por exemplo, ou desenvolvimento das características sexuais secundárias e reprodução, o que acontece a partir da puberdade.
O processo reprodutivo, por sua vez, é coordenado pelo eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, as glândulas sexuais de mulheres e homens, ovários e testículos, responsáveis pela produção dos gametas, óvulos e espermatozoides, células sexuais que carregam as informações genéticas.
O LH é um dos hormônios envolvidos nesse processo, cuja ação é particularmente importante para a fertilidade feminina. Continue a leitura até o final e entenda como ele atua no ciclo reprodutivo das mulheres, como o desequilíbrio dos seus níveis pode comprometer a capacidade reprodutiva das mulheres, resultando em infertilidade e quais condições podem estar associadas à essa alteração. Confira!
O que é LH e qual a sua função na fertilidade das mulheres?
LH é a sigla para hormônio luteinizante, assim como o FSH (hormônio folículo-estimulante) é uma das gonadotrofinas, hormônios proteicos liberados pela hipófise no início de cada ciclo menstrual em resposta à secreção pulsátil do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo.
O ciclo menstrual ou reprodutivo das mulheres começa na puberdade com a primeira menstruação. Ocorre de forma contínua durante a fase fértil, que se encerra na menopausa. É dividido em três fases, folicular, ovulatória e lútea, o LH participa de todas, embora seus níveis naturalmente sofram variações.
Na fase folicular, O FSH estimula o recrutamento e crescimento de vários folículos ovarianos, estruturas que contêm o óvulo imaturo. No entanto, apenas um entre eles se destaca; conhecido como folículo dominante, se desenvolve e amadurece pela ação do LH, que também estimula as células da teca, que compõem a parte externa, a produzirem testosterona, convertida pelo FSH em estrogênio, principal hormônio sexual feminino.
O estrogênio inicia então o preparo do endométrio, tecido que reveste internamente o útero, tornando-o mais espesso e vascularizado para receber o embrião que pode ser formado na fecundação. A implantação ou nidação, evento em que se fixa ao endométrio, marca o início da gravidez.
Na segunda fase do ciclo menstrual o LH atinge seu pico, induzindo o folículo dominante ao amadurecimento e rompimento para liberação do óvulo na ovulação. O óvulo é captado pelas tubas uterinas, órgãos em que a fecundação acontece e aguarda por 24h o encontro com o espermatozoide. Esse é considerado o período de mais fertilidade das mulheres, e a medida dos níveis de LH ajuda a reconhecê-lo.
Na última fase do ciclo menstrual, a lútea, o LH permanece atuando nas células resquiciais do folículo rompido, que se transformam em uma glândula endócrina temporária conhecida como corpo-lúteo, cuja função é a secreção de progesterona, hormônio que finaliza o preparo endometrial.
Durante as primeiras semanas da gravidez, o LH continua a sustentar a função do corpo do lúteo até a formação da placenta, que passa a assumir a produção da progesterona. Se não houver fecundação, por outro lado, os níveis hormonais diminuem levando à descamação do endométrio e menstruação, que marca o início de um novo ciclo menstrual.
O equilíbrio dos níveis de LH, portanto, é fundamental para o sucesso gestacional e, consequentemente, para a fertilidade feminina. Alterações, podem dificultar ou impedir a gravidez.
Quais as consequências do desequilíbrio de LH para a fertilidade das mulheres?
O desequilíbrio dos níveis de LH, ou seja, quando há excesso ou diminuição das concentrações do hormônio, pode comprometer a liberação do óvulo, a produção de estrogênio, a formação do corpo-lúteo e, assim, a gravidez.
Se o óvulo não for liberado a fecundação não acontece, enquanto a produção inadequada de estrogênio e progesterona, secretada pelo corpo lúteo, interferem no preparo do endométrio, o que provoca falhas e abortamento. Veja abaixo o que o excesso ou diminuição das concentrações de LH pode indicar:
- níveis baixos de LH: a produção insuficiente do hormônio luteinizante pode indicar uma condição conhecida como hipogonadismo, que tem como característica a produção inadequada de hormônios sexuais, como o estrogênio nas mulheres e a testosterona nos homens. No sexo feminino, pode ter origem genética, ser consequência de doenças autoimunes, da obesidade ou de outros distúrbios hormonais não tratados, como o hipotireoidismo, além de hábitos como a prática excessiva de exercícios físicos;
- níveis altos de LH: é normal a mulher apresentar níveis altos do hormônio luteinizante durante a fase ovulatória ou na menopausa, porém, quando permanecem constantemente altos podem indicar condições como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), comum durante a fase reprodutiva, ou a falência ovariana prematura (menopausa precoce), em que há falência da função ovariana antes dos 40 anos.
Essas condições têm em comum distúrbios ovulatórios como oligovulação (poucas ovulações), ovulação irregular que acontece apenas em alguns ciclos anuais e anovulação, ausência total de ovulação. Podem ser percebidos por alterações no fluxo menstrual, como a diminuição do volume e frequência (oligomenorreia) ou ausência da menstruação (amenorreia).
Porém, apesar de o desequilíbrio de LH resultar em diversos fatores de infertilidade feminina, em boa parte dos casos o tratamento primário das causas que provocaram o problema possibilita a gravidez espontânea quando há o desejo.
A reprodução assistida está entre as opções iniciais, bem como pode ser alternativa quando outros tratamentos não são bem-sucedidos.
Reprodução assistida
Hoje, três técnicas de reprodução assistida estão disponíveis para o tratamento da infertilidade. A indicação da mais adequada em cada caso, considera critérios como a gravidade do quadro, os níveis da reserva ovariana (quantidade de folículos com capacidade para ovular), outros fatores de infertilidade envolvidos, femininos ou masculinos.
Nas técnicas de menor complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), a fecundação acontece como na gestação espontânea, nas tubas uterinas. Dessa forma, além de ser fundamental que elas estejam permeáveis, sem obstruções, a mulher também deve ter bons níveis de reserva ovariana, que naturalmente diminuem com o envelhecimento, sendo mais altos até os 35 anos.
Isso porque, o tratamento com todas as técnicas inicia com a estimulação ovariana, procedimento particularmente necessário quando há distúrbios ovulatórios, realizado com medicamentos hormonais que estimulam a função ovariana e o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos durante o ciclo menstrual.
No entanto, como a fecundação acontece de forma natural, os ciclos são minimamente estimulados para obter entre 1 e 4 óvulos disponíveis.
Na RSP, além da estimulação ovariana o objetivo do tratamento é programar o melhor período para intensificar as relações sexuais e aumentar as chances de sucesso, por isso os espermatozoides do parceiro devem estar saudáveis. Por isso, a RSP é indicada quando a infertilidade é apenas feminina, provocada por distúrbios ovulatórios mais leves, como a oligovulação.
Já a IA, permite também o tratamento quando há fatores masculinos de menor gravidade, como pequenas alterações na morfologia (forma) ou motilidade (movimento) dos espermatozoides, uma vez que os melhores são selecionados por técnicas de preparo seminal, inserido em um cateter e depositados no útero durante o período fértil.
Às mulheres acima dos 36 anos ou que apresentam quadros de infertilidade em que diferentes fatores comprometem a capacidade reprodutiva, como obstruções tubárias ou abortamento repetido consequente de falhas na implantação do embrião, é indicado o tratamento com a fertilização in vitro (FIV), técnica mais complexa.
Na FIV, a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões acontecem em ambiente laboratorial. Os medicamentos utilizados na estimulação ovariana, portanto, são administrados em dosagens mais altas para obter uma quantidade maior de óvulos. Os folículos maduros são coletados por punção folicular, seus óvulos extraídos e selecionados.
Os espermatozoides do parceiro também são selecionados pelo preparo seminal, dessa forma, apenas os melhores gametas participam da fecundação. Os embriões formados, após se desenvolverem por alguns dias são diretamente transferidos ao útero materno.
Antes da transferência, quando há histórico de falhas na implantação e abortamento, o endométrio pode ser ainda adequadamente preparado por medicamentos hormonais.
Mulheres em que os ovários entraram em falência precocemente podem contar com a doação de óvulos. Os embriões, nesse caso, são formados com óvulos de doadoras e espermatozoides do parceiro e posteriormente transferidos ao seu útero.
Avaliar os níveis de LH, portanto, é um recurso importante para as mulheres em tentativa de engravidar, pois ao mesmo tempo que indicam o período de maior fertilidade, podem sinalizar problemas que impedem ou dificultem a gravidez. Compartilhe esse texto nas redes sociais para que mais pessoas sejam informadas sobre a importância desse hormônio!
Endometriose: veja em detalhes como é feito o tratamento
Por Prof. Dr. Gustavo André
Maior e principal órgão do sistema reprodutor feminino, o útero é dividido em três camadas de revestimento, duas delas participam do processo gestacional; endométrio, a interna e miométrio, a intermediária.
Endométrio é um tecido epitelial composto por glândulas, estromas e vasos sanguíneos. Altamente vascularizado, possui duas camadas, uma basal, que se liga ao útero, e uma funcional, que sofre variações durante o ciclo menstrual.
Desde o início do ciclo menstrual, o endométrio é preparado pelo estrogênio, principal hormônio feminino, para receber um possível embrião. A camada funcional se torna mais espessa e vascularizada, proporcionando um ambiente adequado para que ele possa se implantar.
Implantação é o processo em que se fixa ao endométrio iniciando a gestação. Se a fecundação não ocorrer, ou seja, se o espermatozoide não penetrar o óvulo formando o embrião, a camada funcional descama originando a menstruação, que marca o começo de um novo ciclo menstrual.
Endometriose é uma das doenças relacionadas ao endométrio. Pode causar sintomas dolorosos, que comprometem a qualidade de vida das portadoras, bem como infertilidade. É, inclusive, apontada atualmente como a principal causa de infertilidade feminina. No entanto, os sintomas podem ser aliviados e a gravidez obtida com o tratamento adequado na maioria dos casos. Continue a leitura até o final e veja em detalhes como é feito. Confira!
O que é endometriose?
Uma doença inflamatória e crônica, a endometriose tem como característica o crescimento anormal de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero, geralmente em locais próximos como peritônio, ovários, tubas uterinas, bexiga e intestino.
É estrogênio-dependente, o que significa que se desenvolve motivada pela ação desse hormônio durante os ciclos menstruais, embora isso aconteça geralmente de forma lenta. A exposição prolongada ao estrogênio é considerada fator de risco para o surgimento da doença, afetando particularmente as mulheres nulíparas, que nunca tiveram filhos.
Ainda que a causa exata da endometriose não seja conhecida pela ciência, entre as teorias que surgiram desde que foi descrita pela primeira vez, no século XIV, a da menstruação retrógada, proposta pelo ginecologista norte americano Albert Sampson, permanece como a mais aceita pela comunidade científica.
Nesse fenômeno, parte do sangue menstrual, em vez de ser eliminado completamente pelo útero para vagina, retornaria pelas tubas uterinas. Sampson sugere que os fragmentos do endométrio naturalmente eliminados pela menstruação, também retornam junto com o sangue e se implantam em outros locais. O local de crescimento, assim como a profundidade dessas lesões são fatores considerados para a classificação da doença.
Por exemplo, quando são rasas e estão presentes apenas no peritônio, membrana que recobre a cavidade pélvica e os órgãos nela abrigados, é classificada como endometriose peritoneal superficial; se forem mais profundos, infiltrativa profunda; e, quando afeta os ovários, ovariana.
Além de serem fatores para classificação da doença, local de crescimento e profundidade são ainda determinantes dos possíveis sintomas manifestados, geralmente severos, incluindo infertilidade. Porém, muitas mulheres são assintomáticas, principalmente nos estágios iniciais, dificultando o diagnóstico precoce.
Sintomas e diagnóstico da endometriose
A falta de sintomas da endometriose e o desenvolvimento geralmente lento são características que normalmente levam ao diagnóstico tardio. Para se ter uma ideia, é comum que as mulheres descubram a doença anos após o início, quando os sintomas tendem a ser mais severos e já causou maiores danos à saúde geral e reprodutiva.
O principal sintoma que alerta para sua presença é a dor pélvica crônica, inicialmente se manifesta como cólicas severas antes e durante a menstruação, no entanto, com o desenvolvimento da doença passa a ocorrer também fora do período menstrual e pode ser incapacitante, interferindo nas atividades do dia a dia.
Dor durante as relações sexuais (dispareunia) e alterações nos hábitos intestinais ou urinários, como micção urgente e frequente e constipação cíclica (no período menstrual) estão ainda entre as possíveis manifestações.
A infertilidade é igualmente considerada um sintoma, e pode ocorrer desde os estágios iniciais, sendo, nesse caso, o principal indicativo da doença. Normalmente, é consequência do processo inflamatório provocado pela presença do tecido ectópico, que pode interferir no preparo endometrial provocando falhas na implantação e abortamento, ou comprometer o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, resultando em distúrbios de ovulação.
Nos estágios mais avançados, por outro lado, outras interferências mais graves podem ocorrer. Os endometriomas, cistos ovarianos formados por tecido ectópico e sangue envelhecido, em tamanhos maiores causam danos aos folículos ao redor, comprometendo a reserva ovariana, o que pode resultar em infertilidade permanente.
Já nas tubas uterinas, o tecido ectópico impede a captura do óvulo, o transporte dos espermatozoides ou do embrião formado ao útero para se implantar, efeitos igualmente provocados por aderências consequentes do processo inflamatório.
O exame padrão para diagnosticar a endometriose é a ultrassonografia transvaginal com preparo especial, que diagnostica com bastante precisão a localização e profundidade dos implantes, bem como permite a diferenciar os endometriomas de outras massas. Outros exames podem ser ainda solicitados de forma complementar, como a ressonância magnética e a histerossalpingografia.
Os resultados diagnósticos orientam o tratamento mais adequado em cada caso, inclusive se houver quadro de infertilidade.
Entenda como é feito o tratamento da endometriose
O tratamento da endometriose considera, ainda, o desejo da mulher de engravidar no momento e a severidade dos sintomas, cuja intensidade pode variar entre as portadoras, independentemente da quantidade de tecido ectópico presente.
Às mulheres com sintomas mais leves, que não desejam engravidar, são prescritos medicamentos hormonais para suspensão da menstruação. Dessa forma, a ação do estrogênio é minimizada, aliviando-os.
Se forem mais severos ou a mulher desejar engravidar, a cirurgia se torna a principal opção. O procedimento é realizado por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva, e tem como objetivo a remoção de implantes, endometriomas maiores ou aderências que podem se formar como consequência do processo inflamatório.
Se for necessária a remoção de endometriomas, geralmente é recomenda a preservação da fertilidade antes do procedimento, o que é feito pelo congelamento de óvulos, utilizados posteriormente no tratamento por fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida em que a fecundação é realizada em laboratório.
Isso porque, mesmo quando os profissionais têm grande experiência, há o risco de o processo de remoção danificar os folículos localizados ao redor, levando à redução dos níveis da reserva ovariana.
Assim, a cirurgia é opção apenas quando a mulher tem uma boa reserva ovariana e se não existirem outros fatores de infertilidade associados, como obstruções tubárias marcantes ou alterações nos espermatozoides do parceiro. Para esses casos, é indicado o tratamento por reprodução assistida.
Reprodução assistida
Mulheres com até 35 anos, idade em que os níveis da reserva ovariana ainda estão altos, tubas uterinas permeáveis, endometriose nos estágios iniciais e infertilidade por distúrbios de ovulação leves, podem ter a gravidez inicialmente auxiliada pela relação sexual programada (RSP).
O tratamento por RSP prevê a estimulação ovariana, procedimento que estimula os ovários com medicamentos hormonais para obter de 1 a 4 óvulos disponíveis e a programação do período de maior fertilidade para intensificar a relação sexual. Ou seja, a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, por isso os espermatozoides do parceiro devem estar saudáveis.
Para mulheres acima de 35 anos, com baixos níveis de reserva ovariana e/ou outros fatores de infertilidade envolvidos, é indicado o tratamento por FIV, que utiliza protocolos de medicamentos para diminuir o efeito inflamatório que a doença provoca e contorna diferentes problemas de infertilidade consequentes da endometriose.
Na FIV, após a fecundação os embriões formados se desenvolvem por alguns dias em laboratório e são transferidos diretamente ao útero materno.
O tratamento da endometriose, portanto, permite desde o alívio dos sintomas à obtenção da gravidez. Compartilhe esse texto nas redes sociais para que seus amigos também vejam em detalhes como é feito!
FSH: o que é?
Por Prof. Dr. Gustavo André
Diferentes hormônios regulam a função dos órgãos reprodutores, garantindo, assim, que a gravidez seja um processo bem-sucedido. Entre eles estão o FSH, LH e os sexuais, estrogênio, progesterona e testosterona, responsáveis também pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias de mulheres e homens na puberdade.
Esses hormônios, por sua vez são coordenados por um sistema denominado eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG). O hipotálamo é uma região do sistema nervoso central, responsável por produzir hormônios que estimulam a ação da hipófise (ou pituitária), glândula localizada na base do cérebro, enquanto as gônadas, ovários e testículos, respondem pelo desenvolvimento e produção dos gametas, as células sexuais, óvulos e espermatozoides.
Esse texto aborda o FSH, destacando seu papel no processo reprodutivo e as consequências de alterações em seus níveis para a fertilidade. Acompanhe a leitura até o final e confira!
FSH
FSH é a sigla para hormônio folículo-estimulante. Como o LH (hormônio luteinizante), é uma das gonadotrofinas, hormônios produzidos e liberados pela hipófise: o hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), estimulando a hipófise a produzir as gonadotrofinas, que ao viajarem pela corrente sanguínea encontram receptores nos ovários e testículos.
Nas mulheres, o FSH estimula o crescimento dos folículos ovarianos, que contêm os óvulos imaturos, e o aumento da produção de estrogênio, enquanto nos homens atua na produção de espermatozoides, processo conhecido como espermatogênese.
Entenda como o FSH atua nos sistemas reprodutores de homens e mulheres:
Atuação do FSH no sistema reprodutor feminino
Na puberdade, tem início o ciclo menstrual feminino, processo em que diferentes alterações fisiológicas preparam o corpo para uma possível gravidez. Começa no primeiro dia da menstruação e se encerra no anterior à próxima, ocorrendo de forma contínua até a menopausa.
O ciclo menstrual pode ser divido em três etapas, e o FSH tem importante atuação na primeira delas, denominada folicular; promove o recrutamento e crescimento de vários folículos ovarianos, para que um deles se torne dominante, desenvolva e amadureça o suficiente liberando o óvulo, também maduro, na ovulação.
O amadurecimento final e rompimento do folículo dominante é induzido pelo LH, que também estimula as células foliculares a produzirem testosterona, convertida pelo FSH em estrogênio, hormônio que inicia o preparo do endométrio, camada que reveste o útero internamente na qual o embrião se implanta, evento que marca o início da gravidez.
Atuação do FSH no sistema reprodutor masculino
Desde a puberdade, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, estruturas enoveladas localizadas nos lóbulos testiculares. Quando as gonadotrofinas atingem os testículos, o LH atua nas células de Leydig, localizadas entre os túbulos, estimulando a produção de testosterona, hormônio essencial para espermatogênese.
O FSH, por sua vez, atua nas células de Sertoli, que revestem internamente os túbulos, região em que ficam localizadas células percussoras dos gametas masculinos, denominadas espermatogônias. Na pré-puberdade o FSH estimula a diferenciação das espermatogônias e na fase adulta a manutenção da espermatogênese.
O equilíbrio dos níveis de FSH, portanto, é fundamental para a fertilidade de mulheres e homens, alterações podem comprometer etapas essenciais do processo reprodutivo, impedindo a gravidez.
Nas mulheres, níveis elevados de FSH, por exemplo, são um indicativo de que ovários não estão respondendo adequadamente ao estímulo hormonal, para compensar a hipófise aumenta a secreção desse hormônio. Sinalizam para uma condição conhecida como falência ovariana prematura (FOP) ou menopausa precoce, em que os ovários entram em falência antes dos 40 anos de idade.
Níveis baixos, por outro lado, comprometem o recrutamento e crescimento dos folículos, assim, a mulher não ovula e não há fecundação.
Já nos homens, níveis baixos de FSH resultam em baixa produção dos espermatozoides, condição conhecida como oligozoospermia ou na ausência deles no sêmen, azoospermia, causas comuns de infertilidade masculina.
Infertilidade e reprodução assistida
Mulheres com distúrbios de ovulação e homens com baixa concentração ou ausência de espermatozoides no sêmen podem contar com a reprodução assistida para engravidar. A técnica mais indicada nesses casos é a fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que a fecundação é realizada em laboratório.
A primeira etapa do tratamento é a estimulação ovariana, procedimento em que são utilizados medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos naturais, para estimular o desenvolvimento de mais folículos, coletados quando maduros para posterior extração e seleção dos melhores óvulos.
Os melhores gametas masculinos também são selecionados por técnicas de preparo seminal e, se não estiverem presentes no sêmen (azoospermia), podem ser coletados diretamente dos testículos ou dos epidídimos, ductos em que são armazenados após a produção.
Durante a fecundação, cada espermatozoide é injetado no citoplasma dos óvulos, aumentando ainda as chances de sucesso quando há baixa produção.
Os embriões formados na fecundação são posteriormente cultivados por alguns dias e depois transferidos diretamente ao útero materno. A gravidez pode ser confirmada cerca de duas semanas após a transferência. Os percentuais de sucesso registrados pela técnica são os mais altos da reprodução assistida, porém, caso ocorram falhas, o tratamento pode ser novamente repetido.
Agora que você já sabe o que é FSH e sua importância para a fertilidade de mulheres e homens, compartilhe o texto nas redes sociais para que seus amigos também fiquem informados!
Técnicas de reprodução assistida: o que são?
Por Prof. Dr. Gustavo André
O sucesso gestacional depende de diversos elementos, por exemplo, o funcionamento normal dos órgãos reprodutores de homens e mulheres, a saúde dos gametas ou células sexuais (óvulos e espermatozoides) e o equilíbrio dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo. Qualquer alteração pode resultar em infertilidade conjugal.
Apesar de esse ser um problema comum a milhões de pessoas no mundo todo, uma vez que, como consequência dos hábitos das sociedades contemporâneas a fertilidade naturalmente diminuiu ao longo dos anos, hoje tem solução na maioria dos casos.
A reprodução assistida é considerada o tratamento padrão e reúne um conjunto de técnicas que permitem a gravidez quando há dificuldades. A mais adequada em cada caso é definida após o casal passar por uma investigação detalhada, pois os fatores de infertilidade podem ser femininos, masculinos ou de ambos.
Este texto aborda sobre as principais técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente, destacando o funcionamento, indicação e taxas de sucesso de cada uma. Continue a leitura até o final e confira!
Técnicas de reprodução assistida
As técnicas de reprodução assistida são procedimentos realizados com auxílio médico, que ajudam a engravidar quando os tratamentos primários não são bem-sucedidos, bem como podem ser utilizadas como primeira opção.
Envolvem processos que variam da manipulação de gametas e meios de fecundação, ao desenvolvimento e transferência de embriões. Por isso, são classificadas de acordo com a complexidade, critério que também influencia na indicação.
Hoje, as três principais técnicas de reprodução assistida disponíveis são a relação sexual programada (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). Conheça-as detalhadamente abaixo:
Fertilização in vitro (FIV)
A FIV é a principal técnica de reprodução assistida. De alta complexidade, é conhecida popularmente desde os anos 1970, quando nasceu o primeiro bebê concebido com sua utilização. Prevê a fecundação em laboratório com posterior transferência dos embriões formados diretamente ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento.
Etapas importantes da gravidez, a fecundação e o cultivo embrionário são realizadas de forma controlada, permitindo contornar diferentes problemas de infertilidade. Na fecundação, por exemplo, são utilizados apenas os melhores óvulos e espermatozoides, previamente coletados e selecionados.
O tratamento inicia com a estimulação ovariana, procedimento em que medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos naturais, são administrados para estimular a função ovariana e obter mais óvulos maduros. No ciclo menstrual natural, embora vários folículos, que contêm o óvulo imaturo, cresçam, apenas um se desenvolve e amadurece o suficiente para liberá-lo na ovulação.
O desenvolvimento dos folículos é acompanhado periodicamente por exames de ultrassonografia transvaginal, permitindo indicar o momento ideal para que novos medicamentos os induzam ao rompimento, o que acontece em aproximadamente 36 horas, período em que os folículos maduros são coletados por aspiração folicular, os óvulos extraídos e selecionados.
Enquanto os folículos são coletados, as amostras de sêmen do parceiro são submetidas ao preparo seminal, técnica que promove a capacitação dos espermatozoides por diferentes métodos, selecionando, dessa forma, apenas os mais saudáveis. Essa é a segunda etapa do tratamento, seguida da fecundação.
Atualmente, fecundação é feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) na maioria das clínicas de reprodução assistida no mundo todo. Nessa técnica, incorporada à FIV na década de 1990, cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, permitindo solucionar problemas masculinos de maior gravidade, como alterações severas na morfologia e motilidade dos gametas masculinos, bem como a baixa concentração no sêmen.
Na etapa seguinte, conhecida como cultivo embrionário, os embriões formados são acomodados em incubadoras, em meios de cultura que simulam o ambiente natural, possibilitando, assim, o desenvolvimento por até seis dias.
O tratamento finaliza com a transferência dos embriões diretamente ao útero materno para que a implantação, quando se fixa ao endométrio dando início à gestação, aconteça naturalmente.
A FIV proporciona a gravidez em várias situações, solucionando necessidades reprodutivas como fatores de infertilidade de maior gravidade, gravidez de pessoas solteiras e casais homoafetivos, bem como ajuda a evitar a transmissão de doenças genéticas às futuras gerações. Registra as taxas mais altas entre as técnicas de reprodução assistida, em média 50% por ciclo.
Inseminação artificial (IA)
Também chamada de inseminação intrauterina (IIU), é uma das técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, pois prevê a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas, órgãos que fazem a ligação entre o útero e os ovários.
A cada ciclo menstrual um óvulo é liberado pelos ovários, captado pelas tubas, aguarda o encontro com os gametas masculinos que viajam pela extremidade oposta, por até 24h.
Realizado em três etapas, o tratamento também inicia com a estimulação ovariana e o preparo seminal. Porém, são administradas dosagens mais baixas de medicamentos hormonais para obter entre 1 e 4 óvulos maduros.
Após o preparo seminal, os melhores espermatozoides são inseridos em um cateter e depositados no útero durante o período fértil da parceira na última etapa, apontado pelos exames de ultrassonografia transvaginal.
A IA é a mais antiga das técnicas de reprodução assistida e permite solucionar fatores de infertilidade masculina de menor gravidade, como pequenas alterações nos espermatozoides e dificuldades ejaculatórias e, femininos, incluindo problemas no muco cervical e de ovulação, particularmente a irregular, que ocorre apenas em alguns poucos ciclos anuais, condição denominada oligovulação.
É, ainda, uma das técnicas que podem ser utilizadas por casais homoafetivos femininos ou mulheres solteiras que desejam engravidar, que contam com a doação de espermatozoides para realizar o tratamento.
No entanto, é preciso observar alguns critérios para utilização da técnica. As tubas uterinas devem estar permeáveis, sem nenhum tipo de obstrução, bem como idealmente a reserva ovariana deve apresentar níveis altos, o que a torna indicada principalmente às mulheres com até 37 anos.
As taxas de sucesso gestacional acompanham as da gestação natural: cerca de 15% a 30% por ciclo de tratamento.
Relação sexual programada (RSP) ou coito programado (CP)
Como a IA, a RSP também prevê a fecundação de forma natural, ou seja, é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, a mais simples entre todas. A estimulação ovariana é igualmente parte do tratamento, cujo objetivo, como o nome indica é programar o melhor período para intensificar a relação sexual, aumentando as chances de a concepção ser um sucesso.
Geralmente, a RSP é a primeira indicação para mulheres com distúrbios de ovulação mais leves, porém os espermatozoides do parceiro devem estar dentro dos padrões de normalidade, pois nessa técnica não há manipulação desses gametas. Critérios como permeabilidade tubária e idade feminina são os mesmos determinados para utilização da IA, bem como as taxas de sucesso.
As técnicas de reprodução assistida, portanto, podem solucionar diversas necessidades reprodutivas, tornando-se, dessa forma, um importante recurso nas sociedades contemporâneas. Compartilhe esse texto nas redes sociais e informe também aos seus amigos!
O que são pólipos?
Por Prof. Dr. Gustavo André
É chamado pólipo o tecido que se desenvolve anormalmente nas membranas mucosas, camadas constituídas de tecido epitelial e conjuntivo que revestem as cavidades úmidas do corpo, em contraste com a pele onde a superfície é seca. São encontradas, por exemplo, em partes como a boca, bexiga, intestino e útero, o maior órgão do sistema reprodutor feminino.
Muscular e em formato de pera invertida, o útero tem como função abrigar o embrião-feto em desenvolvimento até o nascimento. É dividido em três porções com funções distintas, corpo do útero, istmo do útero e colo do útero e, morfologicamente, tem três camadas de revestimento.
A interna, o endométrio, é composta por tecido epitelial altamente vascularizado, preparado a cada ciclo menstrual para receber um possível embrião; nessa camada ele se fixa para dar início à gestação, processo conhecido como implantação embrionária.
Por ser uma mucosa, portanto, o endométrio é vulnerável ao desenvolvimento de pólipos. Embora geralmente essas formações sejam benignas e mais comuns após a menopausa, podem ocorrer durante a idade reprodutiva, resultando, muitas vezes em infertilidade feminina por interferirem na função uterina, e/ou em outros sintomas que afetam a qualidade de vida das portadoras.
Este texto aborda tudo sobre os pólipos endometriais, dos fatores de risco, sintomas, diagnóstico e tratamento à obtenção da gravidez quando há diagnóstico de infertilidade. Continue a leitura até o final e confira!
Pólipos endometriais
Pólipos endometriais são projeções do endométrio, ou seja, são compostos por células que reproduzem suas características. Podem ser sésseis ou pediculados, únicos ou múltiplos, com poucos milímetros ou vários centímetros e normalmente têm a forma alongada, superfície lisa e uma consistência mais macia.
Os pólipos endometriais compõem a lista de doenças estrogênio-dependentes, assim como a endometriose e os miomas uterinos. Ou seja, se desenvolvem motivados pela ação desse hormônio que inicia o preparo endometrial, cujo desequilíbrio é apontado por estudos como a causa mais provável para sua formação.
Por serem assintomáticos nos estágios iniciais na maioria dos casos, boa parte das mulheres nem sabe que os têm. Além disso, é comum retrocederem naturalmente, sem necessidade de nenhum tipo de intervenção médica. Por outro lado, quando evoluem, podem aumentar de tamanho ou espalhar pela cavidade uterina, provocando sintomas como sangramento uterino anormal (SUA) e infertilidade.
É chamado sangramento uterino anormal aquele que ocorre entre os períodos menstruais, após as relações sexuais ou provoca o aumento de fluxo durante a menstruação. Mulheres depois da menopausa devem ter especial atenção a esse tipo de manifestação, fase em que o risco de os pólipos evoluírem para malignidade é mais alto, ainda que isso seja raro.
Durante a fase reprodutiva ou fértil, os pólipos podem interferir de diferentes formas na função uterina. Por exemplo, sua presença causa um processo inflamatório no local, comprometendo o preparo endometrial, levando, dessa forma, a falhas na implantação do embrião e abortamento.
Em tamanhos ou quantidades maiores, causam distorções na anatomia do útero, o que compromete o desenvolvimento da gravidez, resultando igualmente em perda. Aderências consequentes do processo inflamatório também podem provocar distorções.
Assim, é importante procurar um especialista se houver qualquer tipo de sangramento uterino fora do período menstrual ou dificuldades para engravidar após um ano de tentativas malsucedidas, o que determina o quadro de infertilidade. As chances de sucesso do tratamento são maiores quando os pólipos são precocemente diagnosticados.
Diagnóstico e tratamento dos pólipos endometriais
Os pólipos endometriais são diagnosticados por exames de imagem, que ao mesmo tempo possibilitam descartar a presença de outras doenças estrogênio-dependentes com sintomas semelhantes. A ultrassonografia transvaginal normalmente é o primeiro solicitado e possui alta sensibilidade para detectá-los.
Outros, podem ser ainda solicitados como primeira opção ou de forma complementar quando a ultrassonografia apresenta resultados inconclusivos, incluindo a vídeo-histeroscopia diagnóstica, técnica que permite uma visualização direta e detalhada da cavidade uterina.
O tratamento dos pólipos endometriais é definido a partir dos resultados diagnósticos. Os menores, por exemplo, devem ser apenas observados periodicamente; se houver evolução ou forem descobertos tardiamente, a opção passa a ser a administração de medicamentos hormonais ou remoção por cirurgia.
Os medicamentos hormonais podem solucionar o sangramento uterino anormal se a mulher não desejar engravidar no momento, enquanto a cirurgia é mais indicada se houver o desejo. Durante o procedimento, além da remoção é feita a correção da anatomia uterina quando necessário.
Boa parte das mulheres consegue engravidar naturalmente depois da cirurgia. Caso isso não aconteça, entretanto, as chances com auxílio da reprodução assistida são bastantes altas.
Infertilidade e reprodução assistida
A técnica de reprodução assistida indicada para fatores de infertilidade de maior gravidade é a fertilização in vitro (FIV), que reproduz, em laboratório, etapas da gravidez como a fecundação e o início do desenvolvimento embrionário.
Hoje, a fecundação é realizada por ICSI (injeção intracitoplasmáticas de espermatozoide) na maioria das clínicas especializadas. Nesse método, após a seleção dos melhores gametas cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, permitindo que mais embriões sejam formados com sucesso, posteriormente acomodados em incubadoras em que se desenvolvem até serem transferidos diretamente ao útero.
Antes da transferência, o endométrio é adequadamente preparado por medicamentos hormonais semelhantes aos naturais, reduzindo, dessa forma, os riscos de falhas e abortamento.
Mulheres com infertilidade consequente de pólipos endometriais que desejam engravidar, portanto, podem contar com a FIV se o tratamento primário não for bem-sucedido.
Compartilhe esse texto nas redes sociais para que seus amigos saibam o que são pólipos e conheçam as possíveis consequências para a fertilidade feminina quando crescem no endométrio!
Adenomiose: conheça os sintomas
Por Prof. Dr. Gustavo André
Algumas doenças femininas já são bastante conhecidas pelas mulheres, por seus efeitos para a fertilidade e saúde em geral, como outros sintomas, muitas vezes dolorosos, que comprometem, inclusive, a qualidade de vida das portadoras.
Entre elas pode-se citar a endometriose, os miomas uterinos, os pólipos endometriais e a síndrome dos ovários policísticos (SOP), por exemplo, comuns durante a fase reprodutiva.
A adenomiose, por outro, apesar de ser pouco conhecida, também pode resultar em diferentes problemas e não é raro sua presença durante a fase fértil, embora estudos indiquem que mulheres com mais de 40 anos nulíparas, ou seja, nunca tiveram filhos, tenham mais risco de desenvolver a doença.
Saber identificar os sintomas da adenomiose é um importante recurso para assegurar que diagnóstico e tratamento sejam feitos precocemente, evitando, dessa forma, maiores danos. Continue a leitura até o final para conhecê-los. Confira!
O que é adenomiose
Além de ser o maior órgão do sistema reprodutor feminino, o útero se destaca pelo papel importante que desempenha no processo gestacional; abrigar, nutrir e proteger o embrião-feto até o nascimento.
Oco e em formato de pera invertida, tem três partes principais, corpo do útero, istmo do útero e colo do útero. O corpo do útero, a maior, é formado por três camadas de revestimento, endométrio, interna, miométrio, intermediária e perimétrio ou serosa, externa.
O endométrio é um tecido epitelial altamente vascularizado, que sofre diferentes alterações durante o ciclo menstrual para receber um possível embrião formado na fecundação. Nessa camada uterina ele se implanta para dar início à gestação. Se não houver fecundação, descama, originando a menstruação e um novo ciclo menstrual.
O miométrio é formado por células musculares e é responsável por auxiliar as contrações na hora do parto e para expulsão do sangue menstrual.
A adenomiose é uma doença em que um tecido semelhante ao endométrio cresce no miométrio. É classificada como focal, quando um ou mais focos estão localizados em uma determinada região do miométrio, ou como difusa, se diferentes focos se espalharem.
Embora a causa exata desse crescimento permaneça desconhecida, algumas teorias sugerem que:
- as células endometriais foram depositadas no miométrio ainda durante o desenvolvimento intrauterino;
- a invasão das células endometriais ocorre como consequência da inflamação do endométrio, endometrite, ou de cirurgia;
- é resultado do crescimento e diferenciação em células endometriais a partir de células-tronco da medula óssea.
Ainda que a adenomiose seja frequentemente confundida com a endometriose, elas se diferenciam no local de crescimento do tecido ectópico e sintomatologia. Na endometriose, cresce fora do útero, em locais próximos como o peritônio, as tubas uterinas, os ovários, a bexiga e o intestino.
Por outro lado, ambas compõem o grupo das doenças classificadas como estrogênio-dependentes, assim como os miomas uterinos e os pólipos endometriais, ou seja, têm seu desenvolvimento estimulado por esse hormônio.
Principais sintomas da adenomiose
A presença do tecido anormal no miométrio leva à um processo inflamatório com formação de pequenas bolsas e que estimula o surgimento de possíveis sintomas, muitas vezes severos, embora a adenomiose geralmente seja assintomática nos estágios iniciais ou provoque apenas um desconforto.
Ao reagir à ação do estrogênio como endométrio normal, além de desenvolver o tecido ectópico pode descamar e sangrar, aumentando o fluxo sanguíneo e a intensidade de sintomas comuns ao período menstrual, como as cólicas, impactando a qualidade de vida das mulheres portadoras.
Assim, à medida que a doença se desenvolve, podem surgir sintomas como:
- cólicas durante a menstruação (dismenorreia);
- aumento do fluxo menstrual, muitas vezes prolongado;
- dor durante as relações sexuais (dispareunia);
- aumento do volume uterino;
- sensibilidade uterina;
- inchaço, ou pressão abdominal;
- anemia como consequência do sangramento excessivo;
- infertilidade.
A infertilidade, segundo estudos, surge como consequência das bolsas que se formam, que inflama e podem causar hipermobilidade uterina irregular, inibindo o transporte de espermatozoides até as tubas uterinas, dificultando a fecundação, ou comprometendo o transporte a implantação do embrião, resultando em falhas e abortamento.
Quando o embrião se implanta, essas bolsas podem comprometer, ainda, a formação da placenta, o que, consequentemente impede o desenvolvimento do embrião, provocando igualmente a perda da gravidez.
No entanto, apesar de a adenomiose ser uma doença crônica, quando diagnosticada e tratada precocemente, os sintomas podem ser rapidamente aliviados ou mesmo não ocorrer. Mulheres com infertilidade causada pela doença, por outro lado, podem contar com a reprodução assistida para engravidar.
Diagnóstico da adenomiose, tratamento e reprodução assistida
A adenomiose é confirmada principalmente por exames de imagem, que podem detectar a presença do tecido anormal no miométrio e excluir a incidência de outras doenças estrogênio-dependentes que causam sintomas semelhantes, incluindo a endometriose, os miomas uterinos e os pólipos-endometriais.
Porém, apenas a análise histológica do útero, quando há a remoção do órgão, permite o diagnóstico definitivo.
O tratamento, por outro lado, considera critérios como a severidade dos sintomas e o desejo de engravidar no momento. Para as mulheres que não têm a intenção de engravidar e apresentam apenas sintomas leves ou moderados, geralmente são prescritos medicamentos hormonais para suspender a menstruação e minimizar a ação do estrogênio, analgésicos e anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) para aliviar dor e inflamação.
Para mulheres com sintomas severos ou que desejam engravidar, a cirurgia pode ser indicada para a remoção dos focos da doença. Porém, somente é eficaz se o tecido anormal não tiver penetrado profundamente o miométrio.
Nesse caso, se os sintomas forem severos e a mulher não desejar mais engravidar, pode ser indicada a remoção do útero, procedimento denominado histerectomia e, se houver o desejo, o tratamento por fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida em que a fecundação é realizada em laboratórios e os embriões são posteriormente transferidos diretamente ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento.
Antes de o tratamento com a técnica iniciar o útero é preparado adequadamente para receber o embrião por medicamentos que melhoram a receptividade do endométrio.
Agora que você já sabe identificar os sintomas da adenomiose, doença que apesar de comum é pouco conhecida, compartilhe o texto nas redes sociais e informe também aos seus amigos para que eles também aprendam a reconhecê-la.
Endometriose profunda: saiba mais sobre a doença
Por Prof. Dr. Gustavo André
As mulheres, ao contrário dos homens têm um tempo limitado de fertilidade. Isso porque elas já nascem com uma reserva ovariana, estoque de folículos, que contêm o óvulo imaturo ou primário, para serem utilizados. Assim, desde a puberdade, quando iniciam os ciclos menstruais, os níveis da reserva ovariana passam a diminuir progressivamente, até que os folículos e seus óvulos se esgotem, o que acontece na menopausa.
Além dessa limitação, durante a fase fértil diferentes doenças podem afetar o funcionamento dos órgãos do sistema reprodutor feminino, resultando muitas vezes em infertilidade. A endometriose é atualmente a mais frequentemente registrada nos consultórios de ginecologia do mundo todo, percentuais que a tornaram particularmente temida pelas mulheres que desejam engravidar.
Uma doença estrogênio-dependente, inflamatória e crônica, a endometriose tem como característica o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio, que reveste internamente o útero, fora do órgão, geralmente em locais próximos, como o peritônio, os ovários, as tubas uterinas, a bexiga e o intestino.
Existem diferentes tipos, classificados de acordo com o local de crescimento e a profundidade dos implantes, o que também interfere em outros sintomas dolorosos manifestados pela doença. A endometriose profunda é o tipo mais associado às manifestações mais graves.
Continue a leitura até o final e saiba mais sobre essa doença e suas consequências para a saúde geral e reprodutiva das mulheres portadoras. Confira!
O que é endometriose profunda?
Durante os ciclos menstruais, o endométrio é preparado para receber um possível embrião formado na fecundação, evento que o espermatozoide penetra o óvulo para gerar uma nova vida.
Esse preparo inicia ainda na primeira fase, quando o folículo que se destacou entre os diversos recrutados, passa a secretar estrogênio enquanto se desenvolve, hormônio que torna o endométrio mais espesso e vascularizado.
Após a ovulação, as células do folículo rompido se transformam em uma glândula endócrina temporária, o corpo lúteo, cuja função é secretar progesterona, hormônio que finaliza o preparo endometrial.
Se não houver fecundação, por outro lado, o corpo lúteo degenera e os níveis hormonais diminuem, o que leva à descamação do endométrio, originando a menstruação e um novo ciclo menstrual.
Os fragmentos do endométrio, portanto, são eliminados junto com o sangue menstrual. No entanto, em alguns casos pode ocorrer o que é chamado de menstruação retrógada, ou seja, o sangue retorna parcialmente pelas tubas uterinas em vez de sair completamente do útero para a vagina, carregando as células endometriais que se implantam em outros locais.
O primeiro a ser afetado geralmente é o peritônio, membrana que recobre a cavidade pélvica e a superfície dos órgãos nela abrigados. Esse é o estágio inicial da doença, quando ela é classificada como endometriose superficial e as lesões são rasas, localizadas apenas no peritônio.
Apesar de ser de crescimento lento, à medida que se desenvolve, o que é motivado pela ação do estrogênio, o tecido ectópico se infiltra nessa membrana e nos órgãos que ela abriga formando implantes, que causam um processo inflamatório no local e, dessa forma, também a formação de aderências, espécie de faixa que une dois tecidos.
Quando se infiltra nos ovários, é chamada de endometriose ovariana, tipo em que são formados cistos preenchidos pelo tecido ectópico e sangue envelhecido, chamados de endometriomas e, por sua aparência, popularmente conhecidos como cistos de chocolate.
Nos estágios mais avançados da doença, portanto, ela já se infiltrou profundamente em vários órgãos ao mesmo tempo, incluindo, por exemplo, além dos reprodutores, os ligamentos uterossacros (estruturas de sustentação do útero), a vagina, a parede da bexiga, os ureteres e o intestino, quando é classificada como endometriose profunda, tipo mais severo.
Para se ter uma ideia, mulheres com endometriose profunda geralmente reúnem os outros tipos; têm lesões planas e rasas, endometriomas, aderências mais densas e tendem a apresentar sintomas de maior gravidade, independentemente da quantidade de tecido ectópico.
Principais sintomas da endometriose profunda
Assim como o endométrio normal, o tecido ectópico também inflama e pode provocar dor pélvica antes e durante o período menstrual, sendo este o principal sintoma da endometriose. Essa dor tende a se agravar com o desenvolvimento da doença, tornando-se muitas vezes crônica na endometriose profunda, ou seja, ocorre também fora do período menstrual e pode ser incapacitante, afetando da vida profissional à pessoal e social.
Outros sintomas também podem estar presentes:
- Dor durante a relação sexual, quando afeta a vagina e os ligamentos uterossacros (dispareunia de profundidade);
- Alterações no hábito urinário no período menstrual, como dificuldades para urinar acompanhada de dor, presença de sangue na urina, micção frequente e urgente, quando as lesões estão presentes na bexiga e ureteres;
- Alterações no hábito intestinal relacionados ao período da menstruação, incluindo constipação, sangramento nas fezes, dor ou dificuldade em evacuar e dor anal, bem como distensão abdominal.
A infertilidade também é considerada um sintoma, e na endometriose profunda a doença pode afetar a capacidade reprodutiva das mulheres de diferentes formas:
- O processo inflamatório, independentemente do órgão em que as lesões estão localizadas e da profundidade, pode interferir no ambiente para uma ovulação adequada, para uma fecundação adequada, além do preparo do endométrio tópico, levando a falhas na implantação do embrião;
- Os endometriomas se formam no córtex ovariano, mesma região em que ficam localizados os folículos. Assim, podem causar interferência no processo de desenvolvimento e amadurecimento ou danos aos que estão localizados ao redor, levando à diminuição da reserva ovariana, provocando em alguns casos infertilidade permanente. Além disso, o processo inflamatório pode afetar a qualidade dos óvulos;
- Quando atingem as tubas uterinas, podem causar obstruções que impedem a captação do óvulo liberado, o transporte dos espermatozoides e do embrião formado ao útero.
Esses órgãos fazem a ligação entre o útero e os ovários, acolhem a fecundação e respondem ainda pelo transporte do embrião ao útero. A fecundação, portanto, normalmente não acontece e, quando há sucesso, o embrião formado pode se implantar em uma das tubas em vez de ser transportado ao útero, condição conhecida como gravidez ectópica, potencialmente perigosa para a vida das mulheres.
Diagnóstico e tratamento da endometriose profunda
O exame mais indicado para o diagnóstico da endometriose profunda é a ultrassonografia transvaginal com preparo especial, que apresenta alta sensibilidade para detectar os implantes e endometriomas.
A ressonância magnética também é um ótimo recurso para se ter uma visão mais panorâmica da doença, principalmente para implantes da doença que acometem as porções médias e altas do abdome. É costumeiramente utilizado para mapeamento completo pré-operatório.
Já o tratamento deve considerar o desejo da mulher de engravidar no momento e a intensidade dos sintomas.
Para as que não pretendem engravidar e apresentam apenas sintomas mais leves são prescritos medicamentos hormonais que suspendem a menstruação, minimizando a ação do estrogênio, interrompendo o desenvolvimento da doença, anti-inflamatórios não esteroides (AINES) e analgésicos para aliviar dor e inflamação.
Quando os sintomas são mais severos, a cirurgia pode ser indicada para remoção dos implantes, aderências e endometriomas. A abordagem cirúrgica também pode ser indicada para mulheres que desejam engravidar em alguns casos, como por exemplo para a remoção de endometriomas maiores, embora a fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida, normalmente seja a opção preferencial em boa parte dos casos.
Infertilidade e reprodução assistida
A FIV é uma técnica que reproduz etapas importantes da gravidez em laboratório, como a fecundação e o cultivo de embriões, posteriormente transferidos diretamente ao útero materno.
A fecundação é realizada com os melhores gametas, óvulos e espermatozoides, previamente coletados e selecionados e, antes de transferir os embriões, o endométrio pode ser adequadamente preparado por medicamentos hormonais.
Assim, a FIV permite contornar diferentes problemas de infertilidade causados pela endometriose profunda, como a qualidade da ovulação, obstruções tubárias e falhas na implantação do embrião, por exemplo.
Agora que você já sabe mais sobre a endometriose profunda, compartilhe esse texto nas redes sociais e informe também aos seus amigos.
Clamídia: saiba identificar os sintomas
Por Prof. Dr. Gustavo André
Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como o nome indica são doenças transmitidas pelo sexo desprotegido, ou seja, sem o uso de preservativos de barreira, as famosas camisinhas masculinas ou femininas.
Após um período de grande diminuição de incidência com as campanhas de conscientização e o desenvolvimento de medicamentos como os antibióticos, que combatem os agentes infecciosos, voltaram novamente a se disseminar motivadas pelos hábitos das sociedades contemporâneas, incluindo o aumento da atividade sexual de adolescentes, tornando-se novamente um problema de saúde pública mundial.
Atualmente, a mais prevalente, que apresenta maiores índices de contaminação, é a clamídia. Saber identificar os sintomas dessa IST é fundamental para diagnosticá-la precocemente e evitar maiores danos à saúde geral e reprodutiva. A permanência da infecção pode resultar em diferentes danos à fertilidade de mulheres e homens.
Quer saber como identificar os sintomas da clamídia? É só continuar a leitura do texto até o final. Confira!
O que é clamídia?
Clamídia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Geralmente, é transmitida pelo sexo vaginal ou anal, embora a contaminação sem penetração possa ocorrer da mesma forma, pelo sexo oral, contato com os genitais e secreções contaminadas ou compartilhamento de objetos sexuais. Mães com clamídia também podem transmitir a bactéria para seus filhos durante o parto, principalmente o vaginal.
O risco de ser infectado pela bactéria Chlamydia trachomatis é maior em alguns grupos quando o sexo é praticado sem nenhum tipo de proteção, como por exemplo, jovens entre 15 e 24 anos, independentemente da opção sexual; jovens ou adultos com parceiros novos, ou seja, que desconhecem o histórico clínico de seus atuais companheiros; jovens ou adultos que tenham mais de um parceiro sexual e pessoas que já possuem histórico de outras ISTs.
No último caso, o inverso também pode ocorrer: pessoas com histórico de clamídia têm mais chances de contrair outras ISTs, inclusive o HIV.
No entanto, não são apenas os integrantes dos grupos de risco que podem ser infectados pela clamídia. Todos que têm vida sexual ativa e praticam sexo sem nenhum tipo de proteção, mesmo que eventualmente, estão expostos, independentemente da idade e opção sexual.
Por isso, a única forma de evitar a clamídia e outras ISTs e a disseminação dessas infecções é o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Às pessoas dos grupos de risco, por outro lado, os órgãos de saúde do mundo todo, incluindo os nacionais, recomendam o rastreio anualmente.
Sintomas da clamídia
Por ser muitas vezes assintomática, a clamídia é conhecida na literatura médica como doença oculta, o que dificulta o diagnóstico precoce e aumenta as chances dos danos provocados pela permanência da infecção, entre eles as alterações na capacidade reprodutiva.
Assim, a infertilidade se torna um dos principais sintomas dessa IST, descoberta, nesses casos, normalmente quando há dificuldades em engravidar.
Porém, alguns sintomas característicos da clamídia podem se manifestar aproximadamente duas semanas após a contaminação e costumam ser mais intensos nas mulheres, que podem apresentar micção urgente e frequente, queimação e dor ao urinar, dor abdominal leve, dor após as relações sexuais, sangramento entre os períodos menstruais, inchaço na vagina e ao redor do ânus e febre baixa.
Micção urgente e frequente e queimação ou dor ao urinar são igualmente comuns aos homens que apresentam sintomas, além de inchaço, dor e sensibilidade testicular, irritação no ânus e sangramento retal.
Ao observar qualquer sintoma, isoladamente ou em associação, é fundamental procurar um especialista com urgência. Uma das consequências da clamídia nas mulheres, normalmente as mais impactadas pela infecção, é doença inflamatória pélvica (DIP), que é a subida do agente infeccioso pelo endométrio, tuba até atingir a cavidade peritoneal, podendo causar inflamações em todos os órgãos reprodutores.
Nos ovários, a inflamação do ovário (ooforite) pode afetar o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, que armazenam o óvulo imaturo. A cada ciclo menstrual, vários folículos são recrutados, crescem e um deles se torna dominante, se desenvolve, amadurece e se rompe, liberando o óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide.
Aderências consequentes do processo inflamatório também podem impedir essa liberação quando o folículo dominante consegue concluir o processo de desenvolvimento e amadurecimento, assim como a inflamação pode comprometer a qualidade dos óvulos.
Nas tubas uterinas, cuja função é abrigar a fecundação e garantir o transporte dos gametas (óvulo e espermatozoides) e do embrião formado ao útero, a inflamação, salpingite, pode levar ao acúmulo de líquido em uma ou ambas, condição denominada hidrossalpinge, provocando obstruções que impedem que essas estruturas cumpram sua função e assim, a fecundação. Obstruções podem, ainda, ser resultado de aderências formadas.
Já no útero, pode afetar o endométrio, causando a endometrite. Endométrio é o tecido que reveste internamente o útero no qual o embrião se implanta para dar início à gestação. Nesse caso, a inflamação pode interferir no preparo adequado do endométrio durante os ciclos menstruais, resultando em falhas na implantação e abortamento.
Ainda que nos homens os impactos provocados pela clamídia sejam menos severos, a infecção pode, da mesma forma, causar a inflamação dos testículos (orquite), interferindo na produção de espermatozoides, ou dos epidídimos, epididimite, ductos em que são armazenados após serem produzidos, levando à formação de aderência que impedem o transporte para serem ejaculados e fecundar o óvulo.
Ambos os casos podem resultar na ausência de espermatozoides no sêmen, condição denominada azoospermia.
Saber identificar os sintomas, portanto, é um importante recurso para evitar qualquer dano ao sistema reprodutor de mulheres e homens.
Diagnóstico, tratamento e reprodução assistida
A clamídia é diagnosticada pela análise das secreções, exames de sangue ou urina, que permitem identificar a presença da bactéria Chlamydia trachomatis. Se o quadro for de infertilidade, são solicitados ainda exames de imagem para analisar os órgãos reprodutores e verificar os possíveis danos causados.
O tratamento é bastante simples, realizado por antibióticos, administrados em ciclos curtos ou longos, de acordo com cada caso. A parceria sexual deve ser igualmente medicada para evitar a reinfecção e disseminação da infecção.
Apesar de promover a cura, entretanto, o antibiótico não repara os danos causados pela permanência da bactéria. Se houver a formação de aderências a cirurgia pode ser necessária para removê-las, assim como para drenar líquidos ou abscessos.
Em alguns casos, a fertilidade é restaurada após a abordagem cirúrgica, e é possível engravidar naturalmente. Nos casos em que isso não acontece a reprodução assistida ajuda a obter a gravidez.
A principal técnica indicada é a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fecundação em laboratório com posterior transferências dos embriões formados diretamente ao útero materno depois de alguns dias de desenvolvimento. As tubas uterinas, portanto, não têm nenhuma função, contornando possíveis obstruções.
Além disso, os gametas são previamente coletados e selecionados para a fecundação, e quando os espermatozoides não estão presentes no sêmen, podem ser recuperados diretamente dos testículos ou epidídimos por diferentes métodos (técnica usada para os casos de azoospermia).
Antes da transferência dos embriões ao útero, o órgão pode ser preparado por medicamentos hormonais, minimizando possíveis falhas.
Assim, a FIV permite solucionar diferentes problemas de infertilidade que podem ser causados pela clamídia possibilitando o sucesso da gravidez.
Compartilhe esse texto nas redes sociais e informe aos seus amigos como identificar os sintomas da clamídia, um importante recurso para garantir diagnóstico e tratamento precoces e evitar danos ao sistema reprodutor.