Embora a gravidez pareça incialmente ser um processo simples é bastante complexo e diferentes elementos estão envolvidos. As células sexuais ou gametas de mulheres e homens, óvulos e espermatozoides, são considerados os mais importantes, pois a partir da fusão entre eles durante a fecundação é gerada a primeira célula do futuro ser humano.
Os homens produzem seus gametas desde a puberdade de forma contínua, durante toda a vida. Já as mulheres nascem com eles armazenados nos ovários, em estruturas denominadas folículos. Quando os ciclos menstruais se iniciam, o que também acontece na puberdade, cada ovário libera um óvulo por ciclo para ser fecundado pelo espermatozoide, ação que se repete até não existirem mais folículos.
Entenda, neste texto, o que é reserva ovariana e qual sua importância para a fertilidade das mulheres. Continue a leitura até o final e confira!
Reserva ovariana é o termo utilizado para definir a quantidade de folículos presentes nos ovários. No nascimento, o número é de aproximadamente 2 milhões e reduz até a puberdade para cerca de 400 mil.
Em cada ciclo menstrual, estima-se que mais ou menos 1.000 folículos sejam recrutados e cresçam, porém apenas um se desenvolve o suficiente, amadurece e rompe liberando seu óvulo na ovulação, os outros são naturalmente eliminados.
O estoque de folículos se esgota na menopausa, quando os ovários entram em falência e a fase fértil das mulheres chega ao fim. Durante esse período, a dificuldade de engravidar é maior à medida que os níveis da reserva ovariana diminuem, assim, as chances são mais altas até os 37 anos, a partir dessa idade o declínio é bastante acentuado e além da redução dos níveis a qualidade dos óvulos é igualmente comprometida.
Dessa forma, o tempo limitado para engravidar torna a idade o principal fator de infertilidade feminina, embora na fase reprodutiva algumas condições possam provocar alterações na reserva ovariana.
As consequências, nesse caso, são distúrbios ovulatórios, dificuldades no desenvolvimento, amadurecimento e ruptura dos folículos, que resultam em ovulação irregular (oligovulação) ou ausente (anovulação), causas comuns de infertilidade. A qualidade dos óvulos também pode ser afetada, bem como a função ovariana pode ser interrompida.
Óvulos de má qualidade aumentam o risco de aneuploidias, anormalidades cromossômicas em que há presença ou ausência de mais cromossomos do que o normal. A ocorrência de processos infecciosos nos ovários, situação conhecida como ooforite, que pode ser decorrente tanto de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonococo, quanto de situações como tuberculose ou parotidite (caxumba), podem levar à perda de tecido ovariano, incluindo os folículos.
O ciclo menstrual é coordenado por diferentes hormônios, que precisam estar em equilíbrio para as etapas iniciais da gravidez serem bem-sucedidas. Quando a reserva ovariana está diminuída, pode haver uma falta de sincronia entre os estímulos hormonais vindas da hipófise e a resposta ovariana e endometrial, dificultando a gravidez e em outros cenários aumentando o risco de abortamento.
A reserva ovariana pode ser ainda afetada pela presença de endometriomas, um tipo de cisto característico da endometriose que cresce no córtex ovariano, região em que ficam localizados os folículos, causando danos nos que estão ao redor em tamanhos ou quantidades maiores, levando muitas vezes à infertilidade permanente.
Pior ainda se houver a abordagem cirúrgica dos endometriomas ou outro tipo de tumor ovariano, comprometendo muitas vezes o estoque de oócitos. Realizar o congelamento de óvulos previamente a esse tipo de cirurgia pode ser uma grande arma estratégica.
Lesões nos ovários ou doenças genéticas podem provocar uma condição conhecida como menopausa precoce ou falência ovariana prematura (FOP), em que a falência da função dos ovários ocorre antes dos 40 anos.
A reserva ovariana, portanto, indica a capacidade reprodutiva da mulher. Avaliação da reserva ovariana é o termo utilizado para denominar os testes que indicam a quantidade de folículos presentes nos ovários, definindo, dessa forma, o potencial para engravidar no momento em que são realizados. É o método inicialmente utilizado para avaliar a fertilidade feminina.
O primeiro normalmente solicitado é a ultrassonografia transvaginal, por sua sensibilidade em detectar da quantidade de folículos menores aos que possuem capacidade para desenvolver, amadurecer e ovular, chamados de antrais.
De maneira complementar, podem ser realizados ainda os testes que analisam o hormônio antimülleriano, produzido por células da granulosa dos folículos pré-antrais e antrais iniciais, e/ou o FSH (hormônio folículo-dominante), que atua no recrutamento e crescimento folicular.
No entanto, apesar de os testes determinarem os níveis da reserva ovariana, não avaliam a qualidade dos óvulos. O melhor preditor de qualidade continua sendo a idade da mulher.
Mulheres com distúrbios ovulatórios podem contar com a reprodução assistida para auxiliar a gravidez. Os tratamentos são realizados de forma primária ou como segunda opção após outras condutas médicas.
Os testes de avaliação da reserva ovariana são importantes para definição da técnica mais adequada em cada caso, da dosagem correta dos medicamentos hormonais utilizados na estimulação ovariana ou mesmo predizer a resposta inadequada ao procedimento.
Estimulação ovariana é a primeira etapa das três técnicas de reprodução assistida, tem como objetivo estimular o desenvolvimento, amadurecimento e rompimento de mais folículos para obter uma quantidade maior de óvulos para a fecundação.
As técnicas de reprodução assistida são classificadas de acordo com a complexidade dos tratamentos, critério que interfere na definição da dosagem hormonal utilizada em cada uma e indicação do tratamento.
Relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA) são de baixa complexidade, indicadas para mulheres com até 37 anos, ainda com altos níveis da reserva ovariana, e fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade, para as que estão acima dessa idade, quando o declínio já é acentuado, ou diagnosticadas com outros fatores de infertilidade associados.
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