Uma das áreas da medicina, a reprodução assistida se tornou amplamente conhecida nas sociedades contemporâneas. Reúne um conjunto de técnicas e procedimentos que auxiliam a gravidez, desenvolvidas inicialmente para mulheres e homens diagnosticados com infertilidade.
Atualmente, entretanto, qualquer pessoa que deseje ter filhos biológicos pode recorrer aos tratamentos, independentemente da saúde reprodutiva, orientação sexual ou identidade de gênero. Evolução, que acompanhou os avanços tecnológicos e as necessidades atuais.
A doação de óvulos está entre os procedimentos disponíveis, no entanto, assim como outros deve seguir as regras determinadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão que orienta a reprodução assistida no Brasil. Acompanhe o texto até o final e saiba como a doação de óvulos é feita e quem pode fazer. Confira!
Doação de óvulos é o nome atribuído ao procedimento em que mulheres saudáveis doam suas células sexuais ou gametas para que outras pessoas possam engravidar. É particularmente indicada nas seguintes situações:
De acordo com o CFM, a doação pode ser feita por mulheres com até 37 anos, idade em que os níveis da reserva ovariana ainda estão altos. Pode ser anônima, ou seja, sem que a doadora conheça a identidade dos receptores e vice-versa, ou efetuada por parentes de até quarto grau quando casais realizam o tratamento, desde que não incorra em consanguinidade.
Além disso, o CFM determina que não pode haver qualquer tipo de relação comercial, assim, a doação de óvulos deve ser obrigatoriamente voluntária.
A doação de óvulos é uma das técnicas complementares à fertilização in vitro (FIV), considerada o principal tratamento da reprodução assistida e de maior complexidade, que reproduz em laboratório etapas da gravidez como a fecundação, fusão do óvulo com o espermatozoide, e o desenvolvimento inicial dos embriões formados nesse processo.
Inicialmente, a mulher é submetida a diferentes exames, que confirmam a saúde geral e dos gametas. São analisadas, por exemplo, a incidência de doenças genéticas que podem ser transmitidas ou de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia e gonorreia, que comprometem a qualidade dos óvulos.
Após ter a saúde confirmada, passa pela estimulação ovariana, em que medicamentos hormonais são administrados para estimular a função ovariana e obter uma quantidade maior de folículos e óvulos maduros. No ciclo menstrual natural, apesar de vários folículos serem recrutados apenas um deles se torna dominante, desenvolve, amadurece e rompe liberando seu óvulo na ovulação.
O desenvolvimento dos folículos é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal realizados a cada dois ou três dias. Eles indicam o momento em que atingem o auge do desenvolvimento, quando novos medicamentos os induzem ao amadurecimento final e rompimento. A ovulação ocorre, então, em aproximadamente 36 horas.
Nesse período, os folículos maduros são coletados individualmente por punção folicular; os óvulos são posteriormente extraídos e selecionados em laboratório. Podem ser utilizados a fresco ou congelados, de acordo com cada caso.
Durante a fecundação, realizada atualmente por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) na maioria das clínicas de reprodução assistida, cada gameta masculino é injetado diretamente no feminino, o que aumenta as chances de sucesso permitindo que um número maior de embriões seja formado.
Os embriões são acomodados em incubadoras, em meios de cultura que simulam o ambiente natural, em que se desenvolvem por até seis dias. Podem ser transferidos ao útero da mulher que vai gestar em dois estágios de desenvolvimento, D3 ou clivagem, entre o segundo e terceiro dia, ou no blastocisto, entre o quinto e sexto dia.
O número de embriões a serem transferidos também é determinado pelo CFM. Mulheres com até 37 anos podem receber entre 1 e 2 embriões e, acima dessa idade, até 3 embriões. Os embriões excedentes são congelados para serem utilizados em um próximo ciclo de tratamento ou no futuro para uma nova gravidez.
A FIV permite ainda a doação de óvulos compartilhada, processo em que os custos entre a doadora e receptores em tratamento são compartilhados, sendo mantido o anonimato. Porém, nesse caso, a doadora tem preferência pelo material biológico.
Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são os mais altos da reprodução assistida, independentemente de o tratamento ser realizado com óvulos próprios ou doados.
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