Algumas doenças femininas já são bastante conhecidas pelas mulheres, por seus efeitos para a fertilidade e saúde em geral, como outros sintomas, muitas vezes dolorosos, que comprometem, inclusive, a qualidade de vida das portadoras.
Entre elas pode-se citar a endometriose, os miomas uterinos, os pólipos endometriais e a síndrome dos ovários policísticos (SOP), por exemplo, comuns durante a fase reprodutiva.
A adenomiose, por outro, apesar de ser pouco conhecida, também pode resultar em diferentes problemas e não é raro sua presença durante a fase fértil, embora estudos indiquem que mulheres com mais de 40 anos nulíparas, ou seja, nunca tiveram filhos, tenham mais risco de desenvolver a doença.
Saber identificar os sintomas da adenomiose é um importante recurso para assegurar que diagnóstico e tratamento sejam feitos precocemente, evitando, dessa forma, maiores danos. Continue a leitura até o final para conhecê-los. Confira!
Além de ser o maior órgão do sistema reprodutor feminino, o útero se destaca pelo papel importante que desempenha no processo gestacional; abrigar, nutrir e proteger o embrião-feto até o nascimento.
Oco e em formato de pera invertida, tem três partes principais, corpo do útero, istmo do útero e colo do útero. O corpo do útero, a maior, é formado por três camadas de revestimento, endométrio, interna, miométrio, intermediária e perimétrio ou serosa, externa.
O endométrio é um tecido epitelial altamente vascularizado, que sofre diferentes alterações durante o ciclo menstrual para receber um possível embrião formado na fecundação. Nessa camada uterina ele se implanta para dar início à gestação. Se não houver fecundação, descama, originando a menstruação e um novo ciclo menstrual.
O miométrio é formado por células musculares e é responsável por auxiliar as contrações na hora do parto e para expulsão do sangue menstrual.
A adenomiose é uma doença em que um tecido semelhante ao endométrio cresce no miométrio. É classificada como focal, quando um ou mais focos estão localizados em uma determinada região do miométrio, ou como difusa, se diferentes focos se espalharem.
Embora a causa exata desse crescimento permaneça desconhecida, algumas teorias sugerem que:
Ainda que a adenomiose seja frequentemente confundida com a endometriose, elas se diferenciam no local de crescimento do tecido ectópico e sintomatologia. Na endometriose, cresce fora do útero, em locais próximos como o peritônio, as tubas uterinas, os ovários, a bexiga e o intestino.
Por outro lado, ambas compõem o grupo das doenças classificadas como estrogênio-dependentes, assim como os miomas uterinos e os pólipos endometriais, ou seja, têm seu desenvolvimento estimulado por esse hormônio.
A presença do tecido anormal no miométrio leva à um processo inflamatório com formação de pequenas bolsas e que estimula o surgimento de possíveis sintomas, muitas vezes severos, embora a adenomiose geralmente seja assintomática nos estágios iniciais ou provoque apenas um desconforto.
Ao reagir à ação do estrogênio como endométrio normal, além de desenvolver o tecido ectópico pode descamar e sangrar, aumentando o fluxo sanguíneo e a intensidade de sintomas comuns ao período menstrual, como as cólicas, impactando a qualidade de vida das mulheres portadoras.
Assim, à medida que a doença se desenvolve, podem surgir sintomas como:
A infertilidade, segundo estudos, surge como consequência das bolsas que se formam, que inflama e podem causar hipermobilidade uterina irregular, inibindo o transporte de espermatozoides até as tubas uterinas, dificultando a fecundação, ou comprometendo o transporte a implantação do embrião, resultando em falhas e abortamento.
Quando o embrião se implanta, essas bolsas podem comprometer, ainda, a formação da placenta, o que, consequentemente impede o desenvolvimento do embrião, provocando igualmente a perda da gravidez.
No entanto, apesar de a adenomiose ser uma doença crônica, quando diagnosticada e tratada precocemente, os sintomas podem ser rapidamente aliviados ou mesmo não ocorrer. Mulheres com infertilidade causada pela doença, por outro lado, podem contar com a reprodução assistida para engravidar.
A adenomiose é confirmada principalmente por exames de imagem, que podem detectar a presença do tecido anormal no miométrio e excluir a incidência de outras doenças estrogênio-dependentes que causam sintomas semelhantes, incluindo a endometriose, os miomas uterinos e os pólipos-endometriais.
Porém, apenas a análise histológica do útero, quando há a remoção do órgão, permite o diagnóstico definitivo.
O tratamento, por outro lado, considera critérios como a severidade dos sintomas e o desejo de engravidar no momento. Para as mulheres que não têm a intenção de engravidar e apresentam apenas sintomas leves ou moderados, geralmente são prescritos medicamentos hormonais para suspender a menstruação e minimizar a ação do estrogênio, analgésicos e anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) para aliviar dor e inflamação.
Para mulheres com sintomas severos ou que desejam engravidar, a cirurgia pode ser indicada para a remoção dos focos da doença. Porém, somente é eficaz se o tecido anormal não tiver penetrado profundamente o miométrio.
Nesse caso, se os sintomas forem severos e a mulher não desejar mais engravidar, pode ser indicada a remoção do útero, procedimento denominado histerectomia e, se houver o desejo, o tratamento por fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida em que a fecundação é realizada em laboratórios e os embriões são posteriormente transferidos diretamente ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento.
Antes de o tratamento com a técnica iniciar o útero é preparado adequadamente para receber o embrião por medicamentos que melhoram a receptividade do endométrio.
Agora que você já sabe identificar os sintomas da adenomiose, doença que apesar de comum é pouco conhecida, compartilhe o texto nas redes sociais e informe também aos seus amigos para que eles também aprendam a reconhecê-la.