Há algumas décadas, os problemas de fertilidade não tinham solução. Assim, as pessoas que que não podiam ter filhos podiam contar apenas com o processo de adoção para aumentar a família. Hoje, a medicina reprodutiva, área que auxilia a reprodução com o uso de diferentes técnicas, possibilita o tratamento de praticamente todas as demandas reprodutivas, dos fatores de infertilidade à gravidez de casais homoafetivos e pessoas solteiras.
As principais técnicas de reprodução assistida disponíveis são a relação sexual programada (RSP) ou coito programado, a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). Elas são classificadas de acordo com a complexidade dos procedimentos; RSP e IA preveem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas, enquanto na FIV é realizada em laboratório após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides.
Este texto aborda o coito programado, destacando as indicações, etapas do tratamento e taxas de sucesso gestacional. Continue a leitura até o final e conheça em detalhes essa técnica de reprodução assistida. Confira!
O coito programado ou relação sexual programada (RSP) é a mais simples das técnicas de reprodução assistida. Como o nome sugere, tem como objetivo programar o melhor período do ciclo menstrual para intensificar a relação sexual e, assim, aumentar as chances de a gravidez ser bem-sucedida.
Geralmente, é a primeira indicação para distúrbios de ovulação, ou seja, quando há dificuldades no desenvolvimento, amadurecimento e rompimento do folículo ovariano.
As mulheres já nascem com uma reserva ovariana, quantidade de folículos, bolsas que contêm o óvulo imaturo, para serem utilizados durante a fase fértil. Vários folículos crescem em cada ciclo menstrual, porém apenas um deles se destaca, desenvolvendo e amadurecendo o suficiente para se romper e liberar o óvulo, também maduro, na ovulação.
Mulheres com distúrbios de ovulação não liberam o óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide, por isso, mesmo que o casal mantenha relações sexuais desprotegidas não há sucesso gestacional. Após um ano de tentativas malsucedidas, a infertilidade é definida.
O coito programado aumenta as chances de gravidez nos casos em que os distúrbios de ovulação são mais leves, provocados por doenças como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou endometriose nos estágios iniciais.
Na SOP, por exemplo, um distúrbio endócrino bastante comum, o desequilíbrio hormonal característico da doença pode resultar em quadros de oligovulação, quando a liberação do óvulo ocorre de forma irregular, ou anovulação, ausência total de ovulação.
A endometriose, por outro lado, pode interferir no desenvolvimento e amadurecimento folicular desde os estágios iniciais como consequência do processo inflamatório provocado pela doença.
No entanto, é mais adequada até os 35 anos, idade em que os níveis da reserva ovariana ainda estão mais altos, uma vez que os folículos que não desenvolveram no ciclo menstrual são naturalmente eliminados. Por sediarem a fecundação, as tubas uterinas também precisam estar permeáveis.
Além disso, os espermatozoides do parceiro devem estar dentro dos padrões de normalidade, o que pode ser confirmado pelo espermograma, exame que avalia a fertilidade masculina apontando parâmetros como a quantidade e qualidade dos espermatozoides.
Os tratamentos de reprodução assistida são sempre individualizados, por isso iniciam com a avaliação do casal por diferentes exames. A técnica mais adequada em cada caso é definida a partir dos resultados diagnósticos.
Quando a escolha é o coito programado, a primeira etapa é a estimulação ovariana, procedimento em que são utilizados medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de mais folículos. São utilizadas dosagens mais baixas, pois o objetivo é obter entre 1 e 3 folículos maduros.
O desenvolvimento folicular é acompanhado por exames de ultrassonografia realizados periodicamente, a cada dois ou três dias, indicando, dessa forma, o momento exato em que eles atingem o tamanho ideal. São administrados, então, novos medicamentos para induzi-los ao amadurecimento final e rompimento.
A ovulação ocorre em aproximadamente 36 horas após a administração dos medicamentos indutores. Esse é o período de maior fertilidade da mulher. Porém, para programar a relação sexual é considerado também o tempo de sobrevida dos espermatozoides no organismo feminino: aproximadamente 72 horas.
Apesar da simplicidade da técnica, o coito programado, quando bem indicado proporciona taxas de sucesso semelhantes às da gestação espontânea, aproximadamente 20% a 30% a cada ciclo de tratamento. Se não houver sucesso na primeira tentativa o tratamento pode repetido ou podem ser indicadas outras técnicas, de acordo com cada caso.
Na maioria das vezes, após 3 ou 4 tentativas infrutíferas, a opção é pela FIV, em que é possível controlar etapas importantes, como a fecundação e o desenvolvimento inicial do embrião, além de reunir diversas técnicas complementares que permitem solucionar diferentes problemas.
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