Os ciclos menstruais ou reprodutivos femininos têm início na puberdade, inaugurando a idade fértil das mulheres, que se encerra na menopausa. Ou seja, somente nesse intervalo, período também denominado menacme, que fica entre a puberdade e a menopausa, é possível engravidar.
Além do tempo de fertilidade limitado, as chances de gravidez também estão concentradas em um curto período do ciclo menstrual, conhecido como período fértil. Para se ter uma ideia, dos aproximados 28 dias que compõem um ciclo considerado padrão, em apenas um deles o óvulo pode ser fecundado pelo espermatozoide, gerando, assim, uma nova vida.
O período fértil, entretanto, é um pouco mais extenso, 5 dias, pois considera diferentes fatores. Essencial para o sucesso gestacional e, consequentemente, para fertilidade feminina, saber calculá-lo é um recurso necessário para os casais em tentativa de engravidar, permitindo programar e intensificar a relação sexual, assim como é um alerta para possíveis problemas de infertilidade conjugal.
Continue a leitura até o final para saber como calcular o período fértil e entender sua importância para a fertilidade. Confira!
As mulheres nascem com uma reserva de óvulos para serem utilizados durante a idade fértil, o que é chamado de reserva ovariana. Os óvulos primários, ainda imaturos, são armazenados nos ovários em estruturas denominadas folículos. O processo de maturação acontece durante o ciclo menstrual, dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea.
Na fase folicular vários folículos são recrutados e crescem motivados pela ação do hormônio folículo-estimulante, FSH. Porém, entre eles apenas um se destaca. Chamado de folículo dominante, desenvolve e amadure estimulado pelo hormônio luteinizante (LH).
Enquanto se desenvolve, libera estrogênio, hormônio que inicia o preparo do endométrio, tecido que reveste o útero internamente no qual o embrião se implanta para dar início à gestação.
Aproximadamente na metade do ciclo menstrual, quando o folículo já amadureceu o suficiente, um pico de LH o induz ao rompimento para a liberação do óvulo, também maduro. Isso acontece na segunda fase, a ovulatória, durante o evento conhecido como ovulação.
O óvulo liberado é captado pelas tubas uterinas, órgãos que fazem a ligação entre os ovários e o útero em que a fecundação acontece, e aguarda por até 24h o encontro com o espermatozoide. Durante a relação sexual, milhares de espermatozoides são liberados na ejaculação e viajam pela extremidade oposta das tubas para fecundar o óvulo. Um deles vence a corrida e o penetra, originando a primeira célula do embrião.
Na última fase do ciclo menstrual, a lútea, o folículo rompido se transforma em corpo lúteo, uma glândula endócrina temporária cuja função é secretar progesterona, hormônio que finaliza o preparo endometrial. Se não houver fecundação, por outro lado, o corpo lúteo degenera, os níveis hormonais diminuem provocando a descamação do endométrio, a menstruação e o início de um novo ciclo.
O período de maior fertilidade das mulheres é marcado pela ovulação, ou seja, as chances de engravidar dependem da liberação do óvulo e consideram particularmente seu tempo de sobrevida. No entanto, o tempo que os espermatozoides sobrevivem no organismo feminino também é necessário para calcular o período fértil.
Isso porque os que já estão disponíveis no organismo feminino são atraídos por substâncias químicas liberadas pelo óvulo, iniciando a corrida antes mesmo que ocorra uma nova ejaculação. Por outro lado, apenas os espermatozoides mais saudáveis têm capacidade de sobrevivência, o que significa que também estão mais capacitados para vencer a corrida e fecundar o óvulo.
O cálculo do período fértil pode ser feito com maior precisão apenas nos ciclos menstruais regulares, aqueles que acontecem sempre no mesmo intervalo, iniciam com a menstruação e finalizam no dia anterior à próxima. O mais comum, nesses casos, é que tenham a duração de 28 dias, embora possam ser um pouco mais curtos ou longos.
No ciclo de 28 dias, a ovulação geralmente ocorre no 14º. Por isso, para calcular o período fértil é importante anotar a data do primeiro dia da menstruação, estabelecendo, dessa forma, a da provável liberação do óvulo, além de considerar o tempo de sobrevida de ambos os gametas.
Por exemplo, se o dia 1 for o primeiro da menstruação, a ovulação provavelmente vai ocorrer no dia 14: 14 – 3 (tempo de sobrevida do espermatozoide) = 11; 14+1 (tempo de sobrevida do óvulo) = 15. Assim, o período fértil está localizado entre os dias 11 e 15, podendo a fecundação ocorrer apenas após a liberação do óvulo, durante o tempo em que sobrevive. Depois disso, é naturalmente absorvido pelo organismo.
É importante ter em mente que o ciclo menstrual pode ser dividido em 3 fases: a primeira é a chamada folicular, depois vem a fase ovulatória e então, por fim, acontece a fase lútea. Sabe-se que a primeira fase pode ter uma duração variável e que a segunda e terceira são fixas.
A ovulação é um momento único e corresponde a um único dia, enquanto a fase lútea dura 14 dias. Dessa forma, podemos dizer que uma mulher que tenha a duração do ciclo de 33 dias tem a primeira fase com a duração de 33 – 14 = 19 dias. Qual é a importância disso? Em um ciclo de 33 dias, a fase ovulatória ocorrerá no 19° dia, portanto a janela de oportunidade para a gravidez será do 16° ao 20° dia do ciclo.
Para mulheres com ciclos mais curtos, como de 25 dias, calculamos 25 – 14 = 11. Dessa forma, o provável dia fértil ocorrerá no 11° dia e o período fértil será do 8° ao 12° dia do ciclo.
Casais que sabem como calcular o período fértil têm mais chances de engravidar ou mesmo de detectar possíveis problemas de fertilidade. Quando a relação sexual é intensificada durante o período fértil por um ano ou mais, sem o uso de nenhum método contraceptivo, e ainda assim não há sucesso gestacional, o quadro provavelmente é de infertilidade, resultado de fatores femininos, masculinos, ou da associação de ambos.
Os distúrbios de ovulação são uma das principais causas de infertilidade feminina, provocados por doenças como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a endometriose, comuns durante a fase reprodutiva. Têm como característica dificuldades no desenvolvimento, amadurecimento e liberação do folículo ovariano, o que impede a ovulação e, consequentemente, a fecundação.
Os fatores masculinos associados aos espermatozoides podem igualmente impedir ou dificultar a fecundação. Desde alterações estruturais, na morfologia (forma) ou motilidade (movimento), à baixa concentração ou ausência no sêmen, condições denominadas oligozoospermia e azoospermia, respectivamente, causas de infertilidade masculina frequentemente registradas.
Apesar de algumas mulheres demorarem mais a engravidar, o que é normal, se houver suspeita de infertilidade é importante procurar um especialista em reprodução humana para investigar as possíveis causas. Atualmente, o problema pode ser solucionado na maioria dos casos, as técnicas de reprodução assistida são o tratamento padrão.
Hoje, as três principais técnicas de reprodução assistida, relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), proporcionam a solução de praticamente todas as necessidades reprodutivas.
As de menor complexidade, RSP e IA, são indicadas para o tratamento de fatores de infertilidade menos graves, pois a fecundação acontece como na gestação natural, nas tubas uterinas. A RSP, por exemplo, geralmente é a primeira opção para solucionar distúrbios de ovulação mais leves, enquanto a IA é indicada se houver pequenas alterações nos espermatozoides.
Em ambas o período fértil tem a mesma importância que na gestação natural. No primeiro caso, para programar a relação sexual e, no segundo, para inserir os espermatozoides mais capacitados no útero, selecionados por técnicas de preparo seminal.
Já a FIV é uma técnica mais complexa, que reproduz etapas importantes em laboratório como a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões formados no processo, posteriormente transferidos diretamente ao útero materno.
Assim, permite solucionar praticamente todas as demandas reprodutivas, independentemente da severidade do fator de infertilidade que impede a gravidez.
No entanto, todas as técnicas quando bem indicadas são um importante auxílio para a gravidez e registram percentuais de sucesso compatíveis com a complexidade do procedimento, que podem ser ainda mais expressivos quando a infertilidade é diagnosticada precocemente. Por isso, os casais tentantes que sabem como calcular o período fértil e não obtêm sucesso após um ano de tentativas, não devem demorar a procurar um especialista.
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